O ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior denuncia “fábrica de dossiês” no Ministério da Justiça no segundo mandato do ex-presidente Lula contra políticos da oposição, como o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o então senador Tasso Jereissati (PSDB), e a ex-primeira-dama Ruth Cardoso.
Segundo reportagem publicada na edição desta semana da revista Veja, Tuma Júnior revela, em seu livro “Assassinato de Reputações – Um crime de estado” (Editora Topbooks), que recebeu pedidos do então ministro da Justiça Luiz Paulo Barreto e do então senador Aloizio Mercadante para “esquentar” dossiês.
O ex-secretário fala sobre suposta conta do mensalão nas Ilhas Cayman que o governo teria se recusado a investigar, e sobre o envolvimento do PT na morte do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel. Na obra, Tuma Júnior diz, ainda, que todos os ministros do Supremo Tribunal Federal foram grampeados, com escuta de telefones móveis e ambiental, por “arapongas” que prestavam serviços de segurança e limpeza nos gabinetes.
O ‘Barba’
Em seu livro, Tuma Júnior revela que Lula, quando sindicalista, foi informante do Dops (Departamento de Ordem e Política Social), órgão de repressão na ditadura em São Paulo, que era dirigido pelo pai, Romeu Tuma, com quem Tuma Júnior trabalhava na época. Segundo ele, o petista — conhecido pelo codinome Barba — teria dado informações ao Dops para evitar choques com a polícia.
O delegado comandou a Secretaria Nacional de Justiça, ligada ao Ministério da Justiça, de 2007 a 2010, mas foi demitido em junho de 2010 em meio a acusações de envolvimento com o chinês Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li, preso pela Polícia Federal em São Paulo por contrabando, imigração ilegal e acusado de chefiar a máfia chinesa na capital. As acusações eram tão frágeis que Tuma Jr. jamais foi acusado de qualquer crime, na Justiça.
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