segunda-feira, 30 de junho de 2014



Cariri tem boa safra, mas reservas dos açudes preocupam populações
Mesmo com um levantamento preliminar de cerca de 90% de aproveitamento da safra, agricultores do Cariri estão preocupados com as condições de abastecimento de água. Em algumas localidades, há comunidades que já estão sendo abastecidas de carros-pipa. Depois de dois anos de seca, o inverno regular na maioria das localidades da região não foi suficiente para deixar água nos reservatórios.
O laudo da produção começa a ser levantado pela Empresa de Assistência Técnica e Rural do Ceará (Ematerce). As perspectivas de inverno para o próximo ano já assustam os agricultores, em virtude do El Niño.
Segundo o técnico da Ematerce, Ernani José Alves Rocha, os laudos vão apontar os índices de perdas dos agricultores, para que eles possam ter acesso ao Garantia Safra. A avaliação leva em conta a oferta de água, incluindo o a disponibilidade para o consumo humano e animais. No Cariri alguns municípios não tiveram chuvas bem distribuídas, com isso caracterizando inverno irregular, como ocorreu em Jardim e Granjeiro.


Nesses casos já foram registradas perdas, principalmente em Jardim, onde houve distritos, conforme Ernani, onde a perda agrícola foi praticamente total. Na cidade, o índice de chuvas este ano cegou a pouco mais de 400 milímetros.
Missão Velha é um dos municípios que registra uma das maiores produções de milho. Este ano, conforme Ernani, a produtividade foi razoável. Mesmo com essa realidade, a gerente regional da Ematerce, Elcileide Mendonça, afirma que o Cariri registrou um dos maiores índices de produtividade agrícola, chegando a perdas em torno de 10%.
No Crato, onde houve um índice considerado bom para os agricultores, os níveis de produção agrícola, com as perdas que o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Antônio Gama, considera normais, chegou a mais de 80%. Disse que uma das grandes preocupações foi quanto ao desestímulo dos agricultores, que tem se reduzido a cada ano. Segundo ele, outro fator foi o plantio fora de época, já que o prognóstico da Funceme, no começo do ano, não apontava para um inverno rigoroso. "Isso acabou causando temor dos agricultores e de certa forma também um desânimo", afirma.
As precipitações vieram mais com maior intensidade nos meses de fevereiro e março deste ano, quando os agricultores temiam um inverno ruim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário