sexta-feira, 4 de julho de 2014

Brasil faz hoje, o “jogo da vida” contra a Colômbia no Castelão
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A camisa amarela estará em campo, o estádio a favor e o time da casa é o pentacampeão Brasil. Mas as quartas de final da Copa do Mundo de 2014 estão com ares surreais: em certos momentos, parece que a favorita na partida de logo mais, às 17h, no Castelão, é a Colômbia. O Brasil de Felipão ainda não jogou uma partida bem na competição, enquanto a Colômbia de José Pékerman vem voando. Na Canarinho, o único esquema tático que funcionou nos quatro primeiros jogos foi aquele em que chutões e contra-ataques encontraram um Neymar inspirado. Quando isso não aconteceu, justamente no primeiro jogo em Fortaleza, empate em 0 a 0, contra o México, em tarde inspirada do goleiro Ochoa.
Com apenas oito gols na Copa, o ataque da Seleção tem média de dois por jogo e tem sido totalmente dependente de seu camisa 10, enquanto ‘Los Cafeteros’ têm o artilheiro James Rodriguez (cinco gols, um a mais que Neymar), o segundo melhor ataque do Mundial (11 gols, um a menos que a Holanda) e a melhor defesa, com apenas dois gols sofridos. O Brasil venceu dois jogos e a Colômbia vem com 100% de aproveitamento e quatro vitórias. Por tudo isso, o primeiro encontro entre Brasil e Colômbia em Copas do Mundo será bem mais equilibrado do que se previa meses atrás, quando, na verdade, quase todos os apostadores imaginavam um clássico entre Brasil e Itália ou Uruguai.
Se as campanhas na Copa não forem o bastante para fazer o torcedor esperar partida ainda mais dura que a contra o Chile, o retrospecto do confronto entre os sul-americanos pode contribuir. É verdade que, em 25 confrontos, os brasileiros venceram 15 vezes, empataram oito e só perderam duas. Também é fato que a última derrota brasileira foi na Copa América de 1991, um 2 a 1 em 13 de julho – desde então, foram 7 vitórias e 5 empates. Mas, nos últimos quatro jogos – três em Eliminatórias e um em amistoso – não houve vencedor.
Fortaleza x fraqueza mental
E, se as estatísticas recentes ainda não tiverem persuadido o nobre leitor sobre a dificuldade desta partida, que as lágrimas o façam. Lágrimas que não param de escorrer nos rostos dos jogadores brasileiros e que os deixam mais descontrolados a cada jogo. Enquanto isso, a Colômbia percorre caminho inverso, com estabilidade psicológica ascendente e jogo fácil. “Fizemos história e queremos continuar fazendo. Agora, vem o Brasil e estamos conscientes de que é um adversário difícil, com grandes jogadores, mas esperamos ganhar”, disse James Rodriguez, após a vitória sobre o Uruguai. “Esta seleção cresceu muito, não só na parte esportiva, mas também na parte mental. Estamos muito concentrados. A Colômbia está preparada”, disse o zagueiro Carlos Valdés, no início da semana, quando Felipão recorria aos trabalhos emergenciais da psicóloga Regina Brandão, chamada às pressas após o colapso decorrente do jogo contra o Chile. E a Colômbia ainda vive o sonho de chegar, pela primeira vez, às quartas de final...
Por tudo isso, Felipão chegou a reunir um pequeno grupo de jornalistas, a fim de explicar o que se passa nos bastidores da Seleção. E tentou, a esta altura do campeonato, modificar o esquema tático, recorrendo ao que o consagrou em 2002, o 3-5-2. Felipão sabe que precisa melhorar o time se quiser evitar uma catástrofe sem precedentes em solo nacional. Até porque, se passar pela Colômbia, ainda terá degraus altos no caminho rumo ao hexa: França ou Alemanha, na semifinal, e, provavelmente, Argentina ou Holanda em uma eventual decisão. O teste com nova formação, no entanto, veio somente no penúltimo treino do Brasil – um dos únicos dois na preparação para o jogo desta tarde.
Mudanças no Brasil
Para tentar parar a Colômbia, Luiz Felipe Scolari só liberou 15 minutos do último treino, realizado no Estádio Presidente Vargas, para a imprensa. Mas, a tirar pelas atividades da quarta-feira, na Granja Comary, o time titular pode ter algumas mudanças. Uma delas é certa: sem o volante Luiz Gustavo, suspenso, Fernandinho deve ser recuado e Paulinho voltará aos titulares. A outra implicaria em modificação tática, deixando o time em 3-5-2. Nesse caso, Fred daria lugar ao zagueiro Henrique, reforçando o meio-campo brasileiro. Há, ainda a possibilidade de Daniel Alves dar lugar a Maicon na lateral direita.

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