Mauro para o Senado na chapa de Camilo Santana
01.07.2014
Só na noite de ontem, os governistas fecharam a chapa majoritária. O governador Cid passou o dia todo em reunião
O deputado estadual Mauro Filho (PROS), no início da noite de ontem, aceitou ser o candidato ao Senado na chapa encabeçada pelo também deputado estadual Camilo Santana (PT), como candidato a governador do Estado, apoiado por Cid Gomes. Depois de definido o nome do candidato ao Senado, o governador e os representantes de partidos aliados discutiram o nome do candidato a vice-governador, que ficou com a ex-secretária da Educação Izolda Cela.
No sábado à noite, a vaga de vice-governador, na chapa de Camilo Santana, havia sido destinada ao deputado José Albuquerque, presidente da Assembleia Legislativa, mas ele preferiu ficar no Legislativo, daí o fato de a convenção dos governistas, no último domingo, ter acabado homologando apenas a candidatura de Camilo Santana ao Governo e a coligação partidária.
No fim da noite de ontem, terminou o prazo definido pelo Calendário Eleitoral, feito pelo Tribunal Superior Eleitoral, para que todos os candidatos ao pleito deste ano tivessem seus nomes homologados em convenções, assim como homologadas ao coligações partidárias.
Aos poucos, o clima de insatisfação de alguns aliados do governador Cid Gomes, em razão da candidatura do petista Camilo Santana, vai arrefecendo. Durante toda a manhã de ontem, correligionários do PROS e membros da legenda se reuniam para decidir os rumos a serem seguidos em prol do apoio ao postulante do cargo de chefe do Poder Executivo Estadual.
O anúncio de que Santana iria disputar o Governo do Estado pegou muitos de surpresa, o que fez com que alguns tivessem que se reunir para decidir se permaneciam ou não na coligação de, pelo menos, 17 partidos. O Solidariedade (SD), por exemplo, que tem resolução nacional contra o Partido dos Trabalhadores, foi um que passaram a manhã reunido em busca de um denominador comum ao imbróglio que se tornou parte da chapa.
O líder do partido na Assembleia, o deputado Fernando Hugo, é um dos maiores críticos do PT na Casa, assim como do Governo Dilma Rousseff, e não recebeu o anúncio de candidatura do petista com muita satisfação. Thiago Campelo e Lucilvio Girão são outros que compõem o SD no Legislativo Estadual e também não se conformam com a indicação.
Problemas
O presidente da sigla, Genecias Noronha, chegou a dizer que o grêmio é oposição ao PT em nível nacional, mas que no Ceará pode ter a primazia de decidir com quem ficaria.
O deputado Manoel Duca (PROS), um dos defensores de um nome originário do Legislativo, disse que foi pego de surpresa com a indicação de candidato do PT, já que ele defendia Zezinho Albuquerque ou Domingos Filho. Segundo disse, há problemas internos e nos municípios que devem ser solucionados ao longo dos dias. "Nós mesmos temos problemas (com o nome), mas vamos conversar e ouvir o governador", declarou ele, que passou a manhã em reunião com o presidente da Assembleia.
O primeiro secretário da Assembleia Legislativa, Sergio Aguiar (PROS), disse que teve seu pedido atendido em parte, porque mesmo Camilo sendo integrante da Casa não é um membro do PROS. Ele defendia que o indicado fosse um dos representantes do Legislativo, sendo que os nomes que aprovava eram os de Zezinho, Mauro Filho ou Domingos Filho, todos do PROS. "É claro que eu queria o fortalecimento do PROS, mas com o nome do Camilo, o partido demonstra que não está fazendo um projeto apenas dele (PROS)".
Superada
Ele lembrou também que alguns partidos deixaram de formar no grupo com a coligação encabeçada pelo PT, considerando o cenário nacional, onde as siglas são contrárias à legenda petista. "Foi um fator que gerou dificuldades. Se o candidato fosse do PROS, não haveria essa problemática", disse o parlamentar em referência à saída de DEM e PPS da coligação. Os aliados da candidatura de Santana esperam que essa situação seja superada com a capacidade de gestão do petista.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Zezinho Albuquerque, foi mais comedido e defendeu a candidatura de Camilo Santana. O parlamentar, que deve ser candidato à reeleição, disse que Santana é o melhor candidato para o momento atual. "Eu sempre dizia que o meu nome estava à disposição, mas não fazemos política com nome, mas com projeto", disse.
Ele ressaltou que está realizando reuniões com prefeitos, deputados e lideranças políticas visando o apoio a Camilo. "Talvez eu vá trabalhar mais para ele do que iria trabalhar para a minha candidatura", disse Albuquerque, afirmando que irá ficar mesmo no Legislativo. "Sou homem do Parlamento", frisou.
Antônio Granja (PROS), por sua vez, lembrou que toda uma conjuntura teve que ser alterada por conta do nome apresentado, mas destacou que os parlamentares terão que trabalhar para tentar os problemas surgidos. "Vamos ver se conseguimos convencer esses parceiros para fortalecer a candidatura de Camilo Santana. Não era o nome da linha de frente, mas eu diria que não foi uma grande surpresa".
O líder do PSD na Assembleia, deputado Osmar Baquit, ressaltou que no seu partido nenhum dos cinco deputados se colocam contra a indicação de Cid Gomes. Nem mesmo ele que é um dos maiores críticos do PT, no Município de Quixadá.
Já o PCdoB mostrava satisfação com a indicação do nome de Santana, no entanto, passou a manhã cobrando uma posição quanto ao nome para o Senado Federal e vice-governador. Segundo informou o deputado Lula Morais (PCdoB), a legenda ficaria contente com a indicação do senador Inácio Arruda, para qualquer uma das duas vagas, embora antes reclamasse a reeleição de Inácio.
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