Nunca vi uma lesão como a do Neymar em 42 anos", diz chefe médico da Fifa
O presidente do comitê médico da Fifa, Michel
D'Hooghe, afirmou nesta segunda-feira (7) que nunca havia visto um jogador de
futebol sofrer uma lesão como a de Neymar. O atacante brasileiro teve uma fratura na terceira vértebra do lado esquerdo depois de levar uma
joelhada nas costas durante a partida de quartas de final contra a Colômbia, na
última sexta-feira (4), no Castelão, e não tem condições de continuar na Copa do Mundo.
"Não é
uma lesão comum. Tenho uma carreira de 42 anos e nunca vi esse tipo de fissura
de vértebra", comentou o médico belga.
D'Hooghe, no entanto, recusou-se a
comentar sobre uma possível punição ao lateral-direito Camilo Zúñiga pela
entrada em Neymar. "Isso é com o comitê disciplinar". Nesta segunda,
a Fifa já anunciou que o jogador colombiano não será
punido pelo lance -
a entidade também recusou o pedido brasileiro de retirar o terceiro cartão
amarelo do capitão Thiago Silva.
Já o diretor médico da Fifa, Jiri Dvorak,
disse confiar que Neymar receberá o "melhor tratamento possível" e
que sua contusão irá "se curar integralmente", mas também não quis
falar sobre a possibilidade de o atacante recorrer a um tratamento alternativo
para tentar disputar uma possível final, no próximo domingo (13). A
possibilidade, que foi ventilada no domingo, já foi descartada
pelo médico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Luiz Runco.
CBF em guerra com a Fifa: "O hexa incomoda", diz vice jurídico
A CBF vai recorrer da decisão da Fifa de não punir o
jogador colombiano Camilo Zuñiga, que tirou Neymar da Copa
ao acertá-lo com uma joelhada durante a partida das quartas de final. A
entidade apresentar um recurso ao Comitê
de Apelação da Fifa. O vice jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, já avisou
que, caso não seja atendida, vai levar o caso ao TAS (Tribunal Arbitral do
Esporte, na Suíça).
Ainda que uma eventual punião ao atleta
colombiano não tenha consequências práticas para a seleção brasileira, a CBF
entende que a Fifa manda um recado ao não condená-lo pela agressão a Neymar.
- A CBF estranha a decisão do Comitê
Disciplinar, e quer saber quais os critérios que estão sendo adotados em cada
caso. Respeitamos a decisão, mas queremos entender os critérios. A Fifa
exacerba para o Suárez [o uruguaio que mordeu um rival], a quem puniu com nove
jogos, quatro meses e multa de 100 mil francos. Ao mesmo tempo fecha os olhos
para uma reação violenta e flagrante. A Fifa ratificou, validou, liberou a
joelhada nas costas - declarou Lopes ao blog, por telefone.
Segundo o dirigente, estão se confirmando
os piores temores da comissão técnica do Brasil - Carlos Alberto Parreira e
Luiz Felipe Scolari se queixam com frequência de perseguição por parte da
Fifa.
- Felipão estava certo. Houve uma
confusão generalizada no jogo contra o Chile, e apenas nosso assessor de
imprensa foi punido [Rodrigo Paiva foi suspenso por quatro partidas]. Agora
essa absolvição ao jogador que tirou Neymar da Copa com uma jogada violenta.
Parece que a ideia do hexa incomoda - afirmou o vice jurídico da CBF.
Felipão diz que Seleção vai jogar por Neymar: "Por tudo o que fez por nós"
O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari,
concedeu entrevista coletiva oficial pré-jogo da Fifa, nesta segunda-feira, no
Mineirão. E, como não poderia deixar de ser, abordou a saída de Neymar do
grupo, por conta de lesão, e prometeu que a equipe também irá jogar nesta
semifinal, contra a Alemanha, pelo seu camisa 10, que está fora da Copa do
Mundo.
- A motivação adicional que nós temos que acrescentar é a
passagem, a cada jogo, de uma etapa. Naturalmente que o Neymar, aos nos deixar,
deixou muito dele conosco, e levou muito de nós com ele. Nós já terminamos essa
fase de envolvimento, desse aspecto que ficamos tristes, desde que sabíamos que
não poderíamos ter mais o Neymar, e ele na primeira oportunidade depois de
estar mais tranquilo, nas manifestações e jeito de conversar, fez com que os
jogadores entendessem que a parte dele ele tinha feito e agora é a nossa parte
que temos que fazer. A minha, dos jogadores e de todo o povo brasileiro. Nós
não vamos estar jogando apenas por nós, por nosso país, por tudo que imaginamos
e sonhamos, mas também pelo Neymar, por tudo o que fez por nós.
Felipão falou também sobre o relacionamento com o grupo que,
segundo ele, já o conhece só no olhar, assim como ele também já está acostumado
com cada jogador.
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