Cid acredita que Dilma não participará de campanha no Ceará
No cenário em que dois candidatos a governador do Estado dizem apoiar a reeleição da presidente da República, Cid Gomes acredita que ela se manterá afastada da disputa local e afirma que não quer criar dificuldades para ela
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Samaísa dos Anjossamaisa@opovo.com.br
Com as duas maiores coligações da campanha ao Governo do Estado declarando apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o governador Cid Gomes (Pros) afirmou não acreditar que a candidata venha ao Ceará para os palanques dos aliados durante a campanha eleitoral.
“Eu não quero criar dificuldades para a Dilma. Eu a apoio por convicção, porque acho que é o melhor para o Brasil e compreendo que ela precisa aqui de todos os votos de todo mundo. Se o outro candidato diz que vota nela, então vamos acreditar”, declarou, fazendo referência a Eunício Oliveira (PMDB).
Cid Gomes também negou a informação, publicada em veículos de imprensa de outros estados, de que ele e Ciro Gomes tiveram uma reunião com o ministro Aloízio Mercadante para pressionar a vinda da presidente e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a campanha de Camilo Santana (PT) no Ceará. Segundo ele, a história não tem procedência.
As afirmações de Cid Gomes foram feitas durante evento no Palácio da Abolição na manhã de ontem, em que viaturas foram entregues para 11 municípios para ações do Programa de Proteção à Cidadania (Pró-Cidadania).
Em entrevista exclusiva ao O POVO, na semana passada, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, apontou a dificuldade em a presidente Dilma se envolver na campanha no Ceará, em função da divisão da base aliada. “Das duas uma: ou ela vem (pedir votos) para as duas candidaturas (de Camilo e Eunício) ou não vem”.
Apesar do palanque duplo a favor da presidente e candidata à reeleição, muitos dos principais aliados de Eunício fazem campanha para Aécio Neves (PSDB) para presidente. Sobretudo o candidato ao Senado apoiado pelo peemedebista - Tasso Jereissati (PSDB) - e o candidato a vice-governador, Roberto Pessoa (PR).
Sem campanha
Cid Gomes evitou falar de outras questões eleitorais, argumentando que sua função de governador o impedia. Em período eleitoral, o gestor tenta conciliar o exercício do cargo com a militância na campanha de seu apoiado. Por essa tentativa de equilíbrio de participação efetiva, as contribuições e aparições de Cid Gomes nos eventos da campanha têm sido aos finais de semana e no período noturno, além dos materiais de divulgação de propaganda política.
“Eu não posso, enquanto governador, e estamos aqui no Palácio da Abolição, ficar misturando administração pública com política. Tenho de me comportar até o dia 31 de dezembro como governador. Sobre eleição, posso falar em outra hora, sou um militante fora da esfera do trabalho de governador, tenho um candidato, mas não posso misturar as coisas”, reiterou durante o evento.
Apoios
Com Camilo Santana e Eunício Oliveira apoiando e se declarando apoiados por Dilma Rousseff, o eleitor sente dificuldades para traçar linhas lógicas de alianças no pleito de 2014, como mostrou pesquisa O POVO/Datafolha, publicada no último domingo (17).
Os dados da pesquisa, 58% dos eleitores não sabiam quem a presidente Dilma apoiava para o governo do Ceará. Entre os eleitores que indicavam um candidato, 20% apontaram apoio da presidente para Camilo, enquanto 18% indicaram Eunício.
Quando a questão tinha como foco o candidato Aécio Neves (PSDB), o número de eleitores que desconheciam o candidato por ele apoiado chegava a 77%. A margem de erro é de 3 pontos.
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