Candidatos a governador escondem 'a sete chaves' o voto para presidente
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A diversidade de coligações eleitorais nos Estados criou um tabu para alguns candidatos a governador: eles não revelam quem são seus candidatos à Presidência.A menos de duas semanas para a eleição, ainda há quem resista a abrir o voto em ao menos cinco Estados (SP, MA, TO, AM e RS).
As razões para a omissão em geral não são expostas, mas envolvem cálculos políticos –evitar rejeição nas urnas ou contrariar aliados.
Paulo Skaf, por exemplo, candidato do PMDB ao governo de São Paulo, tem dito que votará em Michel Temer (PMDB), vice de Dilma Rousseff, para "presidente".
Com isso, evita se associar à petista, que tem alta rejeição no Estado. Skaf chegou a gravar um vídeo em que, questionado se iria apoiar o PT em São Paulo, respondia, em tom irônico: "Sabe de nada, inocente". A peça causou mal-estar entre petistas e peemedebistas, incluindo Temer.
Zanone/Folhapress | ||
O candidato Paulo Skaf, que "declara voto" em Michel Temer, ao lado de Dilma Rousseff, em Jales (SP) |
O comunista montou um "palanque triplo" no Estado: seu partido apoia Dilma nacionalmente, o vice é do PSDB de Aécio Neves e o candidato ao Senado é do PSB de Marina Silva. Ele até tentou o apoio formal do PT, mas no Estado o partido se aliou ao PMDB.
ATÉ A MORTE
"Meu voto será secreto até a morte. Assumi esse compromisso com meus aliados, porque seria um peso desproporcional [declarar voto em um dos três]", disse Dino.
O rival Lobão Filho (PMDB) aproveita para atacar. Apresenta-se como único nome de Dilma no Estado e tenta colar em Dino as pechas de "candidato de Aécio" e de "ingrato" –Dino presidiu a Embratur de 2011 a 2014.
A estratégia se baseia em números. Segundo pesquisa Ibope do início de setembro, a presidente tem 59% de intenções de voto no Maranhão, ante 5% de Aécio.
MALABARISMO
Assim como Dino, o governador do Tocantins, Sandoval Cardoso (SD), que tenta a reeleição, também equilibra PSDB e PSB no mesmo palanque. A coligação ainda conta com partidos que apoiam Dilma, como PDT, PP e PR.
Questionado sobre o voto, Cardoso afirmou, por meio da campanha, que irá governar, caso vença, com o presidente que for eleito, e recorreu ao "o voto é secreto".
No Amazonas, um percalço na aliança da situação levou José Melo (Pros), candidato à reeleição, a manter a neutralidade.
Antes da eleição, ele costurou acordo com o PT para apoiar Dilma, mas se irritou quando o partido lançou candidato próprio ao Senado.
Melo, que apoia o antecessor Omar Aziz (PSD) para o cargo, recuou na intenção de fazer campanha para Dilma.
O governador atraiu o PSDB para sua coligação, mas também não declara voto em Aécio nem acompanhou o tucano durante visita a Manaus, em agosto.
No Rio Grande do Sul, os palanques dos presidenciáveis são bem definidos entre os três principais candidatos ao governo.
Diante dessa situação, o quarto colocado nas pesquisas, Vieira da Cunha (PDT), optou por não abrir o voto para presidente.
Crítico da aliança nacional de seu partido com Dilma, Vieira preferiu não aderir à campanha presidencial do PSC, partido de seu vice. A sigla lançou Pastor Everaldo para o Planalto.
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