(Reuters)
- A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, afirmou
em entrevista exibida nesta segunda-feira que vai manter em um eventual
segundo mandato os estímulos econômicos enquanto a crise internacional
for grave para proteger o emprego e o salário, mas indicou que pode
"gastar menos" em caso de uma retomada do crescimento.
"Nós
estamos numa situação em que o Brasil está na defensiva em relação à
crise internacional, protegendo emprego, salário e investimentos", disse
Dilma, em entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, gravada no domingo
e exibida nesta manhã.
"Por
que nós protegemos isso? Porque vamos apostar numa retomada. Na
retomada, às vezes muda a sua política econômica de defensiva para
ofensiva, e como que se faz isso? Se faz de duas formas: eu posso na
retomada gastar menos do que estou gastando para sustentar emprego,
salário e investimento", afirmou.
Questionada
se sua fórmula para recuperar o crescimento da economia seria diminuir
os estímulos, a presidente afirmou: "Não, mas eu vou manter os estímulos
enquanto a crise for grave."
Nos
últimos anos, o governo tem feito fortes desonerações tributárias para
tentar estimular a economia, como redução de impostos para veículos e
móveis, o que acaba afetando a arrecadação. Só no primeiro semestre
deste ano, essas desonerações somaram cerca de 51 bilhões de reais,
quase 45 por cento a mais do que em igual período de 2013.
Na
entrevista, Dilma disse ainda que mudança na política econômica está
vinculada a uma eventual recuperação da economia nos Estados Unidos.
"Nós
achamos que a gente tem de ver como evolui a crise... Os EUA evoluindo
bem, acho que o Brasil pode entrar numa outra fase, que precisa menos
estímulos, pode ficar mais entregue à dinâmica natural da economia e
pode perfeitamente passar para uma retomada", afirmou.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; Edição de Patrícia Duarte)
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