“Não volto mais para a sala de aula. Antes que a situação piore e a minha saúde fique mais abalada eu prefiro abandonar a profissão”. O depoimento é de uma professora de 39 anos, que agredida por um aluno de 13 anos dentro da escola, afirma estar arrependida da carreira que escolheu.
A violência aconteceu na tarde de sexta-feira(19), dentro da Escola Estadual Zulmira Campos, no Castelo, na Zona Noroeste de Santos. Na ocasião, outra professora também foi agredida pelo mesmo aluno.
Ainda com lesões no corpo e na alma, ela, que por insegurança prefere não revelar seu nome, contou como foram as agressões que sofreu e a difícil decisão de parar de lecionar.
A vítima foi agredida com socos pelo estudante, enquanto conduzia uma fila de alunos ao pátio para o recreio. “Nós não temos autorização para liberar os estudantes. Organizei as filas de meninos e meninas e descemos uma das escadarias do colégio. Quando cheguei ao térreo fui empurrada por ele (o aluno infrator, que não pertencia à turma guiada por ela)”, contou.
Após ser empurrada, a professora esticou o braço e impediu a passagem do garoto. Até então, ela achava que poderia ser um dos alunos dela. Veio então o segundo tranco. “O empurrão me fez dar três passos para a frente. Ele correu e fui atrás, mas não tive tempo de falar nada. Ao inclinar o corpo, recebi os socos no rosto”.
Assim que constatou o ocorrido, uma professora mediadora – que avalia o comportamento dos alunos durante as aulas – tentou segurar o estudante e também foi agredida com socos e chutes.
“Fiquei muito nervosa e fui levada para a sala dos professores. Lá, desmaiei”. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada para atender a vítima, que teve uma crise hipertensiva.
Acionada, a Polícia Militar compareceu ao colégio, assim como a mãe e a avó do estudante. “A avó dele dizia para a PM: ‘Pode levar’. A mãe alegava que ele tinha sido agredido, mas não apresentou as lesões”. O caso foi registrado na Delegacia da Infância e Juventude (Diju) de Santos pelo delegado Rubens Nunes Paes.
De acordo com informações apuradas pela reportagem, o mesmo aluno que agrediu as duas mulheres na sexta-feira já havia tido problemas com outra professora anteriormente. Porém, naquela ocasião, não houve registro de boletim de ocorrência.
Ainda com o rosto inchado, a professora compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) de Santos na manhã de ontem e foi submetida a exame de corpo de delito. “Estou jogando a minha carreira no lixo. Foram mais de dez anos de estudos e 14 de profissão. Amanhã (hoje) tenho uma reunião com o representante da Secretaria da Educação do Estado e vou comunicar que não volto mais. Não tenho certeza de que vou sair de casa para trabalhar e voltar bem”, concluiu a docente.
Procurada, a Diretoria Regional de Ensino de Santos, vinculada a Secretaria da Educação do Estado, informou que uma apuração preliminar foi aberta para apurar a conduta de todos os envolvidos no episódio. Segundo o órgão, o Conselho do Zulmira Campos irá se reunir nos próximos dias para discutir a transferência do aluno, que está suspenso das aulas desde o ocorrido.
Fonte: A Tribuna
A violência aconteceu na tarde de sexta-feira(19), dentro da Escola Estadual Zulmira Campos, no Castelo, na Zona Noroeste de Santos. Na ocasião, outra professora também foi agredida pelo mesmo aluno.
Ainda com lesões no corpo e na alma, ela, que por insegurança prefere não revelar seu nome, contou como foram as agressões que sofreu e a difícil decisão de parar de lecionar.
A vítima foi agredida com socos pelo estudante, enquanto conduzia uma fila de alunos ao pátio para o recreio. “Nós não temos autorização para liberar os estudantes. Organizei as filas de meninos e meninas e descemos uma das escadarias do colégio. Quando cheguei ao térreo fui empurrada por ele (o aluno infrator, que não pertencia à turma guiada por ela)”, contou.
Após ser empurrada, a professora esticou o braço e impediu a passagem do garoto. Até então, ela achava que poderia ser um dos alunos dela. Veio então o segundo tranco. “O empurrão me fez dar três passos para a frente. Ele correu e fui atrás, mas não tive tempo de falar nada. Ao inclinar o corpo, recebi os socos no rosto”.
Assim que constatou o ocorrido, uma professora mediadora – que avalia o comportamento dos alunos durante as aulas – tentou segurar o estudante e também foi agredida com socos e chutes.
“Fiquei muito nervosa e fui levada para a sala dos professores. Lá, desmaiei”. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada para atender a vítima, que teve uma crise hipertensiva.
Acionada, a Polícia Militar compareceu ao colégio, assim como a mãe e a avó do estudante. “A avó dele dizia para a PM: ‘Pode levar’. A mãe alegava que ele tinha sido agredido, mas não apresentou as lesões”. O caso foi registrado na Delegacia da Infância e Juventude (Diju) de Santos pelo delegado Rubens Nunes Paes.
De acordo com informações apuradas pela reportagem, o mesmo aluno que agrediu as duas mulheres na sexta-feira já havia tido problemas com outra professora anteriormente. Porém, naquela ocasião, não houve registro de boletim de ocorrência.
Ainda com o rosto inchado, a professora compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) de Santos na manhã de ontem e foi submetida a exame de corpo de delito. “Estou jogando a minha carreira no lixo. Foram mais de dez anos de estudos e 14 de profissão. Amanhã (hoje) tenho uma reunião com o representante da Secretaria da Educação do Estado e vou comunicar que não volto mais. Não tenho certeza de que vou sair de casa para trabalhar e voltar bem”, concluiu a docente.
Procurada, a Diretoria Regional de Ensino de Santos, vinculada a Secretaria da Educação do Estado, informou que uma apuração preliminar foi aberta para apurar a conduta de todos os envolvidos no episódio. Segundo o órgão, o Conselho do Zulmira Campos irá se reunir nos próximos dias para discutir a transferência do aluno, que está suspenso das aulas desde o ocorrido.
Fonte: A Tribuna
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