Dilma e Aécio participam de debate promovido por SBT, Jovem Pan e UOL (Foto: Fernando Donasci / Agência O Globo)
Corrupção, nomeação de parentes, mentira, desrespeito, desinformação, falta de transparência, suspeitas, investigações... Sem trégua em nenhum dos blocos, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) centraram fogo no adversário usando esses temas como armas em suas perguntas e respostas no debate promovido por UOL, SBT e Jovem Pan nesta quinta-feira (16). O tiroteio deixou em segundo plano a discussão sobre temas de programas do governo das candidaturas do PT e do PSDB à Presidência da República.
No primeiro bloco, as denúncias de corrupção e de nepotismo nas gestões dos presidenciáveis deram a tônica. Aécio questionou Dilma sobre a nova denúncia divulgada sobre a Petrobras -- o TCU (Tribunal de Contas da União) vai apurar supostas fraudes em obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), que incluem construções que estavam sendo geridas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.
Na resposta, Dilma acusou os tucanos de "engavetarem os escândalos" e "escondê-los debaixo do tapete". "Ao contrário do passado, a Polícia Federal não era dirigida por filiados do PSDB. A PF investigou e vai punir implacavelmente", disse. "Onde estão os corruptos da compra de votos da reeleição? Todos soltos. Onde estão os corruptos do metrô de SP e dos trens? Todos soltos. (...) Da ´privataria tucana´?, todos soltos", respondeu Dilma. Aécio, na réplica, lembrou de petistas que foram presos.
Os dois candidatos também fizeram acusações mútuas de nepotismo: Dilma acusou Aécio de ter empregado a sua irmã Andrea Neves quando era governador de Minas Gerais (2003-2010), e Aécio disse que o irmão de Dilma, Igor Rousseff, foi empregado na prefeitura de Fernando Pimentel (PT-MG) sem trabalhar. "A diferença é que minha irmã trabalhou muito e não recebeu, enquanto seu irmão recebeu e não trabalhou", disse ele.
Aécio acusou Dilma de "gostar de falar de parentes", recordando o que classificou de "episódio triste": o momento em que Fernando Collor, na campanha eleitoral de 1989, explorou questões pessoais do então candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva.
No segundo bloco, as denúncias sobre a Petrobras voltaram à tona. Desta vez, Dilma questionou Aécio sobre a denúncia de que o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra (morto no ano passado) teria recebido propina de Costa para esvaziar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).
Aécio disse que as denúncias devem ser investigadas independentemente do partido. "Para mim, não importa de qual partido seja o denunciado, a investigação tem que ir a fundo, e, pela primeira vez, pelo menos, há algo positivo aqui. A senhora dá credibilidade às denúncias do senhor Paulo Roberto."
Os candidatos também debateram a questão da segurança. Aécio citou o elevado número de homicídios no Brasil. Na resposta, a presidente afirmou que as gestões petistas do governo federal foram as únicas que implantaram uma política de combate à violência.
No terceiro e último bloco, Dilma perguntou a opinião de Aécio sobre a Lei Seca -- o tucano já foi parado em uma blitz no Rio de Janeiro em 2011 e teve a carteira de habilitação apreendida por estar vencida. Na ocasião, ele, que já era senador por Minas Gerais, se negou a fazer o teste do bafômetro. "Parei numa lei seca e não fiz o exame. Me desculpei e me arrependi disso", respondeu o candidato, irritado. Ele chamou Dilma de "mentirosa" e pediu temas "sérios". ´Vamos falar de como melhorar a saúde e a segurança. A senhora ofende todos os brasileiros."
Dilma disse que acha a lei importante porque "no Brasil, todos os dias, tem gente morrendo por acidente de trânsito, por motoristas que estão embriagados. Depende dele a vida ou a morte dos nossos jovens", disse ela. "O senhor passou por uma experiência. Ninguém pode dirigir sob efeito de álcool e drogas. A Lei Seca trouxe um bem para o país", completou ela.
"Mentira"
Os presidenciáveis acusaram várias vezes o adversário de mentir. Questionado sobre a Lei Seca, Aécio disse, na tréplica, que Dilma mente. "Mentir e insinuar ofensas como essa não é digno de qualquer cidadão, mas é indigno por uma Presidente da República, candidata, a sua campanha é a campanha da mentira."
O tucano chegou, inclusive, a fazer uma pergunta sobre o tema. "Eu vou novamente na questão, da verdade e da mentira. Nós somos, candidata, candidatos da presidência da República. É preciso que haja um limite", disse. "A senhora prefere a campanha da mentira, e é essa questão que eu lhe faço agora."
"Candidato, acho aqui, quem mente é o senhor", replicou Dilma.
Quando Aécio fez uma questão sobre corrupção, Dilma voltou a dizer que o opositor mente. "O senhor disse que se te atacar está atacando Minas, esta é uma mentira, candidato. Porque Minas Gerais não é o senhor. "
Repeteco e próximos debates
O evento trouxe muitas perguntas que já haviam aparecido no debate da TV Bandeirantes, que ocorreu há dois dias. No entanto, houve novos temas: Dilma citou pela primeira vez a crise de falta de água em São Paulo, Estado governado pelo PSDB de Geraldo Alckmin, e Aécio acusou a campanha da petista de filmar uma escola em Minas Gerais vazia durante um feriado.
A paternidade de programas sociais, discussão que já havia aparecido na terça, voltou à baila. Desta vez, Aécio disse que o programa ProUni foi criado não pelo PT, mas pelo governo do PSDB em Goiás.
Este é o segundo debate entre Aécio e Dilma no segundo turno das eleições presidenciais. O primeiro foi realizado pela Band, na última terça-feira (14), e foi marcado pela troca de ataques entre os adversários. O próximo será organizado pela TV Record, no próximo domingo (19). O confronto derradeiro entre os concorrentes ocorrerá no dia 24, sexta-feira, na Globo.
Aécio e Dilma estão empatados tecnicamente nas intenções de voto segundo as últimas pesquisas do Datafolha e do Ibope, divulgadas ontem (15). O tucano está com 51% dos votos válidos, contra 49% da petista.
Fonte: Uol
No primeiro bloco, as denúncias de corrupção e de nepotismo nas gestões dos presidenciáveis deram a tônica. Aécio questionou Dilma sobre a nova denúncia divulgada sobre a Petrobras -- o TCU (Tribunal de Contas da União) vai apurar supostas fraudes em obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), que incluem construções que estavam sendo geridas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.
Na resposta, Dilma acusou os tucanos de "engavetarem os escândalos" e "escondê-los debaixo do tapete". "Ao contrário do passado, a Polícia Federal não era dirigida por filiados do PSDB. A PF investigou e vai punir implacavelmente", disse. "Onde estão os corruptos da compra de votos da reeleição? Todos soltos. Onde estão os corruptos do metrô de SP e dos trens? Todos soltos. (...) Da ´privataria tucana´?, todos soltos", respondeu Dilma. Aécio, na réplica, lembrou de petistas que foram presos.
Os dois candidatos também fizeram acusações mútuas de nepotismo: Dilma acusou Aécio de ter empregado a sua irmã Andrea Neves quando era governador de Minas Gerais (2003-2010), e Aécio disse que o irmão de Dilma, Igor Rousseff, foi empregado na prefeitura de Fernando Pimentel (PT-MG) sem trabalhar. "A diferença é que minha irmã trabalhou muito e não recebeu, enquanto seu irmão recebeu e não trabalhou", disse ele.
Aécio acusou Dilma de "gostar de falar de parentes", recordando o que classificou de "episódio triste": o momento em que Fernando Collor, na campanha eleitoral de 1989, explorou questões pessoais do então candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva.
No segundo bloco, as denúncias sobre a Petrobras voltaram à tona. Desta vez, Dilma questionou Aécio sobre a denúncia de que o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra (morto no ano passado) teria recebido propina de Costa para esvaziar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).
Aécio disse que as denúncias devem ser investigadas independentemente do partido. "Para mim, não importa de qual partido seja o denunciado, a investigação tem que ir a fundo, e, pela primeira vez, pelo menos, há algo positivo aqui. A senhora dá credibilidade às denúncias do senhor Paulo Roberto."
Os candidatos também debateram a questão da segurança. Aécio citou o elevado número de homicídios no Brasil. Na resposta, a presidente afirmou que as gestões petistas do governo federal foram as únicas que implantaram uma política de combate à violência.
No terceiro e último bloco, Dilma perguntou a opinião de Aécio sobre a Lei Seca -- o tucano já foi parado em uma blitz no Rio de Janeiro em 2011 e teve a carteira de habilitação apreendida por estar vencida. Na ocasião, ele, que já era senador por Minas Gerais, se negou a fazer o teste do bafômetro. "Parei numa lei seca e não fiz o exame. Me desculpei e me arrependi disso", respondeu o candidato, irritado. Ele chamou Dilma de "mentirosa" e pediu temas "sérios". ´Vamos falar de como melhorar a saúde e a segurança. A senhora ofende todos os brasileiros."
Dilma disse que acha a lei importante porque "no Brasil, todos os dias, tem gente morrendo por acidente de trânsito, por motoristas que estão embriagados. Depende dele a vida ou a morte dos nossos jovens", disse ela. "O senhor passou por uma experiência. Ninguém pode dirigir sob efeito de álcool e drogas. A Lei Seca trouxe um bem para o país", completou ela.
"Mentira"
Os presidenciáveis acusaram várias vezes o adversário de mentir. Questionado sobre a Lei Seca, Aécio disse, na tréplica, que Dilma mente. "Mentir e insinuar ofensas como essa não é digno de qualquer cidadão, mas é indigno por uma Presidente da República, candidata, a sua campanha é a campanha da mentira."
O tucano chegou, inclusive, a fazer uma pergunta sobre o tema. "Eu vou novamente na questão, da verdade e da mentira. Nós somos, candidata, candidatos da presidência da República. É preciso que haja um limite", disse. "A senhora prefere a campanha da mentira, e é essa questão que eu lhe faço agora."
"Candidato, acho aqui, quem mente é o senhor", replicou Dilma.
Quando Aécio fez uma questão sobre corrupção, Dilma voltou a dizer que o opositor mente. "O senhor disse que se te atacar está atacando Minas, esta é uma mentira, candidato. Porque Minas Gerais não é o senhor. "
Repeteco e próximos debates
O evento trouxe muitas perguntas que já haviam aparecido no debate da TV Bandeirantes, que ocorreu há dois dias. No entanto, houve novos temas: Dilma citou pela primeira vez a crise de falta de água em São Paulo, Estado governado pelo PSDB de Geraldo Alckmin, e Aécio acusou a campanha da petista de filmar uma escola em Minas Gerais vazia durante um feriado.
A paternidade de programas sociais, discussão que já havia aparecido na terça, voltou à baila. Desta vez, Aécio disse que o programa ProUni foi criado não pelo PT, mas pelo governo do PSDB em Goiás.
Este é o segundo debate entre Aécio e Dilma no segundo turno das eleições presidenciais. O primeiro foi realizado pela Band, na última terça-feira (14), e foi marcado pela troca de ataques entre os adversários. O próximo será organizado pela TV Record, no próximo domingo (19). O confronto derradeiro entre os concorrentes ocorrerá no dia 24, sexta-feira, na Globo.
Aécio e Dilma estão empatados tecnicamente nas intenções de voto segundo as últimas pesquisas do Datafolha e do Ibope, divulgadas ontem (15). O tucano está com 51% dos votos válidos, contra 49% da petista.
Fonte: Uol
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