terça-feira, 28 de outubro de 2014

TROCAS EM MINISTÉRIOS

Dilma deve priorizar mudanças na economia

28.10.2014

O mercado financeiro aguarda com ansiedade quem ocupará o posto de ministro da Fazenda do Brasil

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Dilma Rousseff já teria um desenho inicial para a área econômica, que incluiria a manutenção de Alexandre Tombini à frente do Banco Central
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Brasília. A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) está estudando a nova composição do governo, mas não deve divulgar nomes do ministério nesta semana e deve priorizar as escolhas para a área econômica, em um esforço para melhorar a interlocução de seu governo com empresários e investidores.
No último domingo, logo após o discurso da vitória de Dilma sobre o tucano Aécio Neves, auxiliares da presidente e ministros afirmaram que ela descansaria por alguns dias e, somente depois, começaria as conversas para formar o novo governo.
Isso não quer dizer que Dilma já não esteja avaliando nomes: a presidente está preocupada em dar respostas rápidas em algumas áreas como a econômica, na avaliação dessas fontes.
"A presidente tem muita consciência dos limites que nós tivemos neste governo. Nós tivemos evidentemente dificuldades na área econômica", disse a jornalistas na noite de domingo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Carvalho é um dos que não devem seguir no governo após 12 anos no Palácio do Planalto, no caso por alegar cansaço.
Indagado sobre quando a presidente começará a anunciar nomes para o segundo mandato, ele disse que Dilma deve descansar por uns dias e depois se focará na reformulação do governo. "Vamos com calma. Na primeira semana vamos descansar um pouco", disse. "A presidenta vai ter um tempo, naturalmente. Agora que ela vai precisar repensar a composição do novo governo, vai haver muita mudança naturalmente. Ela já disse isso".
Mantega de saída
A equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, está com a imagem bastante desgastada perante empresários e investidores, devido ao fraco crescimento da economia brasileira, inflação perto do teto da meta e fracos resultados fiscais nos últimos anos.
Mantega também está de saída, e o mercado financeiro aguarda com ansiedade quem ocupará o posto, na esperança de que um novo time na Fazenda possa convencer sobre o compromisso do governo Dilma com os fundamentos macroeconômicos.
Diante de tal cenário, Dilma deve mesmo começar pelos nomes da área econômica, de acordo com uma fonte da campanha da presidente reeleita, que falou sob condição de anonimato.
"Nessa área acho que em novembro já teremos as definições", disse, evitando, contudo, fazer especulações sobre possíveis indicados.
A mesma fonte disse ainda que a presidente reeleita deve "seguramente ouvir o ex-presidente" Luiz Inácio Lula da Silva antes de tomar uma definição final no que se refere aos nomes da área econômica.
Manutenção no BC
No último domingo, uma fonte do Palácio do Planalto disse à Reuters que Dilma já tem um desenho inicial para a área econômica, que incluiria a manutenção de Alexandre Tombini à frente do Banco Central, assim como também a nomeação de Josué Gomes para o Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), embora o convite ao empresário ainda não tenha sido feito.
No Ministério da Fazenda, Dilma estaria trabalhando, segundo essa fonte, com duas opções para substituir Guido Mantega, cuja saída da pasta já foi anunciada: o atual ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), e o ex-secretário executivo da Fazenda, Nelson Barbosa.
Outros nomes também são apontados como certos para um futuro ministério de Dilma. O atual ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, por exemplo, pode permanecer na atual função, segundo duas fontes próximas à presidente.
Nomes fortes
O ex-governador da Bahia Jaques Wagner e o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto, apontado como nome ideal para substituir Carvalho, que cuida da interlocução com os movimentos sociais, são consideradas indicações certas para o primeiro escalão de Dilma, segundo as fontes.
Dilma ainda terá que comandar uma complexa negociação com os partidos aliados enquanto estiver compondo o primeiro escalão de seu segundo mandato. O PMDB, maior partido da aliança de Dilma e que indicou o vice-presidente Michel Temer, prepara inclusive uma reunião ampliada, prevista para as próximas semanas, em que discutirá o espaço que pretende ocupar na Esplanada dos Ministérios.
Outros aliados já se mobilizam, como o PR. Apesar de ainda não haver decisão alguma, nem se o partido continuará no comando do Ministério dos Transportes, a legenda já ventila nos bastidores dois nomes que poderiam substituir Paulo Sérgio Passos na pasta, disse uma outra fonte do governo.
Um deles é o do senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), suplente no Senado da ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT).

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