sexta-feira, 28 de novembro de 2014

'Eu sei o que fiz', diz tesoureiro do PT em Fortaleza

João Vaccari Neto foi citado em depoimentos da Operação Lava Jato como operador do PT junto ao esquema de desvios da Petrobrás.

Anderson Pires
jornalismo@cearanews7.com.br
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O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, citado em depoimentos da Operação Lava Jato como operador do PT junto ao esquema de desvios da Petrobrás, foi aplaudido duas vezes durante a reunião do diretório nacional do partido nesta sexta-feira, 28, em Fortaleza. 

Segundo relatos de participantes da reunião, que é fechada à imprensa, Vaccari tomou a palavra logo no início do encontro para se defender. Ao longo de 5 minutos ele tentou tranquilizar o partido dizendo que "tudo o que foi arrecadado foi contabilizado" formalmente nas contas do PT. 

Vaccari que teve os sigilos telefônico, fiscal e bancário quebrados pela CPI da Petrobrás, lembrou que isso não é uma novidade em sua vida já que em 2010 a Justiça determinou a abertura de suas contas bancárias em uma investigação sobre irregularidades na Bancoop, a cooperativa habitacional do Sindicato dos Bancários de São Paulo, da qual foi diretor.

Quanto ao sigilo telefônico, Vaccari disse que a CPI só vai encontrar "ligações típicas de um tesoureiro de partido". " Eu sei o que fiz", disse ele.

Vaccari foi aplaudido com entusiasmo pelos dirigentes petistas que lotavam o auditório de um hotel na capital cearense. 

Na sequência, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, também fez uma defesa contundente do tesoureiro. Falcão disse que Vaccari é "uma pessoa séria" e que não existe "nada concreto" contra ele, apenas depoimentos de pessoas investigadas pela Lava Jato que aceitaram fazer acordos de delação premiada. 

"Nosso papel é defendê-lo", conclamou o presidente do PT.

Mais uma vez a cúpula petista aplaudiu o tesoureiro em sinal de solidariedade com Vaccari.

O tesoureiro do PT foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobrás como operador do PT no esquema de desvio de dinheiro da Petrobrás investigado pela Lava Jato. Durante as investigações a Polícia Federal encontrou uma planilha na qual a cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, aparece como beneficiária de uma remessa de R$ 220 mil do doleiro. 

Explicações. Não foi a primeira vez que Vaccari teve que se explicar ao partido sobre as acusações das quais é alvo na Lava Jato. Na reunião da Executiva Nacional realizada no dia 3 de novembro, logo depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff, o tesoureiro foi cobrado por um dirigente petista. 

Na ocasião ele também pegou o microfone para uma fala rápida na qual garantiu não haver sombra de dinheiro ilegal nas contas do partido. 

No PT, a posição do tesoureiro do partido é vista com tranquilidade. Segundo dirigentes petistas, a vida de Vaccari foi devassada pelos investigadores da Lava Jato. O partido, no entanto, não descarta  que "a PF arrume uma alegação arbitrária" para envolver ou até mesmo pedir a prisão do tesoureiro.

* Com informações do Estadão

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