João Vaccari Neto foi citado em depoimentos da Operação Lava Jato como operador do PT junto ao esquema de desvios da Petrobrás.
Anderson Pires jornalismo@cearanews7.com.br | |
Segundo relatos de participantes da reunião, que é fechada à imprensa, Vaccari tomou a palavra logo no início do encontro para se defender. Ao longo de 5 minutos ele tentou tranquilizar o partido dizendo que "tudo o que foi arrecadado foi contabilizado" formalmente nas contas do PT.
Vaccari que teve os sigilos telefônico, fiscal e bancário quebrados pela CPI da Petrobrás, lembrou que isso não é uma novidade em sua vida já que em 2010 a Justiça determinou a abertura de suas contas bancárias em uma investigação sobre irregularidades na Bancoop, a cooperativa habitacional do Sindicato dos Bancários de São Paulo, da qual foi diretor.
Quanto ao sigilo telefônico, Vaccari disse que a CPI só vai encontrar "ligações típicas de um tesoureiro de partido". " Eu sei o que fiz", disse ele.
Vaccari foi aplaudido com entusiasmo pelos dirigentes petistas que lotavam o auditório de um hotel na capital cearense.
Na sequência, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, também fez uma defesa contundente do tesoureiro. Falcão disse que Vaccari é "uma pessoa séria" e que não existe "nada concreto" contra ele, apenas depoimentos de pessoas investigadas pela Lava Jato que aceitaram fazer acordos de delação premiada.
"Nosso papel é defendê-lo", conclamou o presidente do PT.
Mais uma vez a cúpula petista aplaudiu o tesoureiro em sinal de solidariedade com Vaccari.
O tesoureiro do PT foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobrás como operador do PT no esquema de desvio de dinheiro da Petrobrás investigado pela Lava Jato. Durante as investigações a Polícia Federal encontrou uma planilha na qual a cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, aparece como beneficiária de uma remessa de R$ 220 mil do doleiro.
Explicações. Não foi a primeira vez que Vaccari teve que se explicar ao partido sobre as acusações das quais é alvo na Lava Jato. Na reunião da Executiva Nacional realizada no dia 3 de novembro, logo depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff, o tesoureiro foi cobrado por um dirigente petista.
Na ocasião ele também pegou o microfone para uma fala rápida na qual garantiu não haver sombra de dinheiro ilegal nas contas do partido.
No PT, a posição do tesoureiro do partido é vista com tranquilidade. Segundo dirigentes petistas, a vida de Vaccari foi devassada pelos investigadores da Lava Jato. O partido, no entanto, não descarta que "a PF arrume uma alegação arbitrária" para envolver ou até mesmo pedir a prisão do tesoureiro.
* Com informações do Estadão
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