domingo, 9 de novembro de 2014

PT soma maiores dívidas do 1º turno

09.11.2014

Entre os candidatos do PSDB, que não foram ao 2º turno, o maior déficit foi do governador do PR, Beto Richa: R$ 3,7 mi

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Alexandre Padilha foi o candidato com o maior rombo no caixa. Ele arrecadou R$ 15,5 milhões e gastou R$ 40,2 milhões
FOTO: ALEX COSTA
São Paulo. Nos Estados em que a eleição foi definida na primeira votação, Alexandre Padilha foi o candidato com o maior rombo no caixa. Ele arrecadou R$ 15,5 milhões e gastou R$ 40,2 milhões saldo negativo de quase R$ 25 milhões.
Tanto Padilha quanto Lindbergh Farias eram apostas do ex-presidente Lula para o governo de dois dos principais colégios eleitorais do País, São Paulo e Rio de Janeiro. O ex-ministro da Saúde terminou em terceiro lugar, e Lindbergh acabou em quarto na disputa, com saldo negativo de R$ 12 milhões.
Já Rui Costa venceu a eleição na Bahia com uma das campanhas mais caras do Brasil entre candidatos que não foram ao segundo turno. Ele gastou R$ 45,2 milhões - R$ 13 milhões a mais do que arrecadou. No estado do Paraná, as contas de Gleisi Hoffmann ficaram em R$ 5,9 milhões negativos.
Demais partidos
Fora do PT, o maior problema de caixa é do candidato Armando Monteiro (PTB), derrotado em Pernambuco. Sua candidatura arrecadou R$ 4,8 milhões a menos do que gastou. Um dado das contas chama a atenção: Monteiro declarou ter investido R$ 7,6 milhões do próprio bolso na campanha. O valor equivale a mais da metade do patrimônio que ele declarou à Justiça Eleitoral.
Entre os candidatos do PSDB que não foram ao segundo turno, o maior prejuízo foi o do governador do PR, Beto Richa, que foi reeleito gastando R$ 3,7 milhões a mais do arrecadado.
Os candidatos com déficit receberam uma série de doações após o fim da campanha, o que é autorizado pela legislação. Eles precisavam quitar suas dívidas até a entrega da prestação à Justiça Eleitoral, o que ocorreu na última terça-feira (4) nos Estados onde só houve 1º turno.
Caso ainda haja dívida, ela deve ser paga pelo diretório estadual do partido ao qual o candidato devedor é filiado. Quem não cumprir essa regra pode ter suas contas reprovadas e o diploma de candidato cassado.
Para o cientista político Hely Ferreira, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), os candidatos gastam mais do que podem acreditando que, eleitos, poderão compensar os credores. "Os vencedores geralmente pagam defendendo os interesses de grupos que os financiaram. Os perdedores vão ter que encontrar outro caminho", afirma.
Superávit
Houve casos também de sobra de caixa. O governador eleito de Minas, Fernando Pimentel (PT), disse ter arrecadado R$ 1,2 milhão a mais do que o volume gasto, mesmo tendo sido recordista de despesas no País, com R$ 52,1 milhões.
No Rio Grande do Sul, a candidata Ana Amélia Lemos (PP), que era favorita a ir ao segundo turno e acabou em terceiro lugar, declarou sobra de R$ 108 mil. O excedente deve ir para a conta dos diretórios estaduais dos partidos.
No ranking das campanhas mais caras, estão ainda os tucanos Pimenta da Veiga, derrotado em MG gastou R$ 43,1 milhões e Geraldo Alckmin (governador reeleito de São Paulo) com R$ 40,3 milhões. Proporcionalmente, Estados do Norte tiveram gastos elevados na campanha de até R$ 12 milhões.

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