segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Policiais fazem protesto em Copacabana contra mortes de agentes

Em 2014, mais de 100 policiais morreram, a maioria enquanto estava de folga
Do R7, com Agência Brasil
Cruzes foram fincadas nas areias para homenagear policiais mortosALEX RIBEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO
Policiais civis e militares do Rio fizeram, neste domingo (14), um protesto na orla de Copacabana, zona sul, para exigir medidas em relação aos ataques cometidos contra agentes. Neste ano, mais de cem policiais foram mortos no Estado, a maioria enquanto estava de folga. Familiares e colegas de trabalho fincaram cruzes pretas na areia da praia com as fotos dos policiais assassinados.
Durante a manifestação, um grupo de policiais militares entregou carta à população com oito reivindicações da categoria, entre elas, a transformação em crime hediondo de qualquer ato cometido contra a integridade física de policiais e seus familiares, um amparo maior aos parentes de policiais mortos e a possibilidade de o profissional ficar com a pistola da corporação mesmo quando estiver de folga.
A cabo Flávia Louzada, que coordena um grupo chamado “A Vida do Policial é Sagrada, Como Toda Vida é”, também cobrou melhorias na estrutura das bases das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).
— A gente quer também a blindagem dos contêineres das UPPs porque policiais estão morrendo muito nas unidades. A cabine aqui na rua é blindada, porque o contêiner que é dentro da comunidade não vai ser?
Segundo a policial militar, o objetivo do protesto é “conscientizar a população de que o problema da mortalidade dos policiais já não é um problema da polícia”.
— Porque se nós, que somos pagos para proteger o cidadão, não estamos conseguindo permanecer vivos, como vamos proteger se nós mesmos não estamos sendo protegidos?
Além de policiais, participaram da manifestação parentes de vítimas como Ângela Maria de Sena Freire, mãe do soldado Anderson de Sena Freire, assassinado por criminosos durante um patrulhamento na avenida Brasil, no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, no final de novembro.
— Como é que pode, numa madrugada, uma viatura com dois policiais enfrentar um grupo de quatro ou cinco [homens] bem armados? Ele não teve como se defender. Isso é uma vergonha para o País. Ele tinha seis anos de polícia e deixou dois filhos.
Um grupo de policiais do Espírito Santo também participou do protesto. O cabo Clayton Siqueira comparou a violência contra a polícia nos dois Estados.
— Nós viemos nos unir, porque hoje vemos que o problema da morte de policiais é nacional. Lá no Espírito Santo, temos vários colegas sendo assassinados tanto sem serviço quanto de folga. Estamos aqui para tentar comover a sociedade civil para esse problema que é tão grave.

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