PALEONTOLOGIA
Fóssil inédito é achado no Cariri
21.01.2015
Juazeiro do Norte Os pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (Urca) anunciam hoje mais uma importante descoberta feita na região. Um achado fóssil inédito de 120 milhões de anos. O anúncio oficial será às 9 horas, em uma coletiva à imprensa, no auditório da sede do Geopark Araripe, na cidade do Crato.
Trata-se de uma planta do Período Cretáceo Inferior que, segundo os pesquisadores, ainda possui representantes atuais na encosta da Chapada do Araripe. O fóssil de uma folha em perfeito estado de uma planta conhecida popularmente como Japecanga foi descoberto nas minas de calcário laminado, em Nova Olinda.
A descoberta, feita no ano de 2012, faz parte de uma pesquisa de Doutorado, realizada pela professora doutora Flaviana Jorge de Lima, tendo como orientador o professor Álamo Feitosa. Ele explica que, após a descoberta do fóssil, normalmente as amostras coletadas passam um ano e meio em análises e preparação em laboratórios.
O professor destaca que este é o primeiro achado deste tipo no Brasil e o primeiro descrito referente ao período Cretáceo em todo mundo. "Isso tem uma importância muito grande para a região, pois demonstra que aqui pode ser o centro dispersor mais antigo dessas plantas para o resto do mundo".
Um artigo sobre a descrição do fóssil foi publicado recentemente nos anais da Academia Brasileira de Ciências. E, as amostras vão ficar em exposição no Museu de Paleontologia da Urca, em Santana do Cariri.
No artigo, é apresentado o novo gênero e espécie (Cratosmilax jacksoni) da família do Cretáceo Inferior (Aptiano-Albiano), encontrado em lâminas de calcário da Formação Crato, na Bacia do Araripe.
A Smilacaceae é uma família de plantas monocotiledôneas basais que ocorrem em basicamente em todos os continentes e está relacionada com a origem de plantas com flores. Fósseis dessa família são conhecidos desde o Cretáceo Superior, agora há uma representação do Cretáceo Inferior. O Fóssil é baseado em uma folha semelhante às do gênero Smilax, frequente nas Américas, Europa e sudeste asiático. O nome escolhido homenageia o professor da Urca Jackson Antero (in Memoriam), Cratosmilax Jacksoni. O docente foi um dos grandes nomes na luta pela preservação da Chapada do Araripe.
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