Parlamentares negociam espaços
22.01.2015
Embora as articulações por assentos na Mesa Diretora e por comissões técnicas da Assembleia Legislativa tenham começado desde o fim das eleições do ano passado, somente a partir dessa semana elas passaram a ter caráter decisivo. Desde a última segunda-feira (19), o presidente da Casa, Zezinho Albuquerque (PROS), tem recebido alguns parlamentares em seu gabinete para que eles apresentem seus interesses.
Como tem sido de praxe nas últimas legislaturas, a ideia é criar uma chapa consensual suprapartidária que contemple tanto os parlamentares de situação como os de oposição. Conforme o Regimento Interno, a composição da Mesa deve respeitar, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou blocos parlamentares com atuação na Casa. O atual presidente Zezinho Albuquerque é o favorito para permanecer no cargo, assim como o primeiro-secretário Sérgio Aguiar (PROS).
Para assegurar um assento na Mesa, conforme cálculos dos próprios parlamentares, é preciso que um partido ou bloco tenha pelo menos cinco representantes no Parlamento. "A formação da Mesa é muito (delimitada), quase matemática. Se um grupo de partidos tem cinco deputados, ele tem direito a um lugar na Mesa. Se tem 10, tem direito a dois. Formados esses blocos, é só montar qual é a vaga de cada um", explicou o atual vice-presidente, Tin Gomes (PHS).
O parlamentar articula a formação de um bloco com outros seis deputados, representantes únicos das legendas pelas quais foram eleitos, para que possa reivindicar a permanência dele no cargo. "Já estou montando um bloco de seis deputados e seis partidos que têm direito a uma vaga na Mesa. Dessa vaga, o escolhido (a assumir) seria eu. Aí, (a demanda seria) a manutenção da primeira vice ou ir para outra, que vai ser decidido no momento com o presidente", apontou o parlamentar.
Bastidores
Entre os deputados que compõem o bloco está Júlio César Filho (PTN), atual vice-líder do governo. Antes de ser convidado por Tin, o parlamentar estava articulando a formação de um bloco com deputados novatos, mas agora tem trabalhado nos bastidores para aumentar o número de membros do grupo e ter direito a mais um assento.
Júlio César ponderou que as articulações ainda seguem muito indefinidas e que, caso não seja possível viabilizar mais uma vaga para o bloco a que pertence, não haveria problema.
O maior bloco na Casa e, consequentemente, que tem direito a postular os cargos mais importantes é o do PROS. O partido tem 12 representantes e ainda deve se associar a outros partidos da coligação que elegeu Camilo Santana para ampliar o número de vagas na Mesa Diretora e de presidências de comissões de destaque.
Até agora, o segundo grupo mais robusto é o da oposição, com 13 representantes, que reúne parlamentares do PMDB, PSDB, PR, DEM, PV, PSDC e PPS - podendo postular até dois assentos na Mesa. De acordo com João Jaime (DEM), que atualmente é o terceiro-secretário da Casa, ele tem a intenção de permanecer no posto, mas se submeteria à decisão do grupo. Da oposição, Fernanda Pessoa (PR) e Silvana Oliveira (PMDB) também declararam interesse em postular um assento.
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