PF vai investigar gravação que tenta chantagear Eduardo Cunha
- 20/01/2015 18h41
- 20/01/2015 16h45
- Brasília
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
O ministro da Justiça em execício, Marivaldo Pereira, encaminhou hoje (20) à Polícia Federal (PF) cópia de uma gravação que tenta comprometer o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com chantagem. A gravação, com duração de três minutos e meio, foi entreguie ao próprio parlamentar, em seu escritório do Rio de Janeiro, no último sábado (17), por uma pessoa que se disse da PF. Na gravação um suposto amigo do deputado menciona que poderia revelar informações comprometedoras do líder do PMDB e candidato à presidência da Câmara dos Deputados.
Em conversa com jornalistas, Eduardo Cunha disse que sentiu na ação mais uma tentativa de oposicionistas que querem prejudicar sua candidatura. Razão pela qual contatou imediatamente o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que está em viagem fora do país. Segundo ele, Cardozo manifestou indignação e lhe disse que ordenaria a abertura de investigação, o que foi feito hoje pelo ministro em exercício, que encaminhou o material com recomendação de "apuração e providências cabíveis" da PF.
De acordo com a gravação divulgada por Eduardo Cunha, o suposto policial da conversa menciona que fora sondado pelo seu delegado e acrescenta que "o negócio está ficando feio“. Ameaça, então, que se for abandonado, abre o jogo, e se queixa que "está todo mundo enchendo a burra de dinheiro e eu estou abandonado e duro, sem grana". Em outro trecho cita que "o Cunha tá lá tentando a presidência [da Câmara] e os amigos estão ficando esquecidos”.
Em seguida, o contato que se apresenta como aliado do deputado fluminense pede paciência e diz que o interlocutor será remunerado: “Não se preocupe com a questão financeira, tenha paciência. (...) Tenha tranquilidade que você vai ser remunerado, o dinheiro vai chegar em suas mãos”. A gravação termina com as duas pessoas tentando marcar um encontro.
Cunha classificou a gravação com uma “alopragem” com o objetivo de criar embaraços à sua candidatura. “Estão tentando montar outra denúncia, que tem o constrangimento de tentar atrapalhar a minha candidatura à presidência da Câmara", disse ele. Para o líder do PMDB, a intenção da gravação seria dar a entender que o reclamante da conversa era o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, que em depoimento na Operação Lava Jato disse que entregara dinheiro, a mando de Alberto Youssef, em uma casa no Rio de Janeiro, pertencente a Cunha. Fato negadao posteriormente pelo advogado de Youssef.
Além de Eduardo Cunha, também concorrem à presidência da Câmara os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG), em eleição marcada para o dia 1º de fevereiro, na abertura do exercício legislativo de 2015.
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