terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Transporte público fica mais caro em SP e Movimento Passe Livre volta às ruas

Tarifas de ônibus, trens, metrôs e táxis sofrem reajustes a partir desta terça-feira na capital
Caroline Apple, do R7
MPL promoveu aula pública sobre passe livreANDERSON GORES/ALPHA/ESTADÃO CONTEÚDO
O MPL (Movimento Passe Livre), que teve à frente das manifestações de junho de 2013, promoveu na tarde desta segunda-feira (5) uma aula pública sobre as medidas anunciadas pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) que elevam a tarifa dos transportes público em R$ 0,50 a partir desta terça feira (9).
Integrantes do movimento afirmam que a população não deve ver o passe livre oferecido a estudantes de baixa renda como um presente e sim como resultado de mobilizações sociais.  Um dos porta-vozes do grupo, Marcelo Hotimsky, afirma que o benefício anunciado junto com o aumento da tarifa é uma forma de tirar o foco das mobilizações.
— É uma tática usada pelo governo que não dá mais certo. Ninguém será estudante para sempre. No Rio de Janeiro, tem passe livre há muitos anos e nem por isso os estudantes deixam de manifestar, porque não querem pagar mais caro no transporte público após se formarem.
Para Hotimsky, o transporte público não é visto como um direito no Brasil, por isso a luta pelo fim das catracas.
— O acesso não deve ser um privilégio para quem pode pagar. Não pode haver uma inversão no discurso. Não cabe aos movimentos buscarem os meios, e sim aos gestores buscarem formas para garantir esse direito.
Um dos convidados para a aula desta segunda-feira foi o ex-secretário municipal de transportes do governo Erundina nos anos de 1990 e 1992, o engenheiro Lúcio Gregori. Para ele,  a tarifa zero é uma meta, mas primeiro é preciso tentar o aumento do subsídio do transporte público em todo o País.
— O nível do subsídio é baixo no Brasil, varia entre 10% e 20%. Em outros países como a Argentina chega a ser superior a 50%.
Gregori se denomina criador da expressão “tarifa zero”, já que foi o primeiro político a trazer essa discussão, na década de 90.
— O projeto que apresentei não foi aprovado na Câmara. Se me perguntassem na época eu diria que ele estaria morto e enterrado. Ver o projeto sendo novamente discutido após mais de vinte anos mostra a complexidade da política.
Benefícios
O prefeito Fernando Haddad anunciou a criação do benefício para estudantes de escolas públicas e universitários do ProUni e Fies no dia 26 de dezembro, mas muitos pontos do programa ainda não foram esclarecidos. Em entrevista a um programa de televisão, Haddad afirmou que não quer que o passe seja usado apenas para trajetos até escolas. Apesar disso, a prefeitura disse que o benefício valerá para apenas 48 viagens ao longo do mês.
Questionada sobre como o estudante que tem direito ao passe livre deve proceder para recebê-lo, a SPTrans limitou-se a dizer que o Bilhete Único Escolar deve ser solicitado no site da empresa http://bilheteunico.sptrans.com.br e em nas instituições de ensino. Ainda não há uma data exata para o início do passe livre para os estudantes. 
Táxis
A prefeitura anunciou também no dia 26 de setembro, o aumento de 9,8% nas tarifas dos táxis a partir desta sexta-feira (6). De acordo com a SMT (Secretaria Municipal de Transportes), a bandeira do táxi comum será de R$4,50 ante R$4,10.
Categoria Comum / Táxi Amigão: bandeira R$4,50; tarifa quilométrica R$2,75 e tarifa horária R$33. (20h às 6h)
Categoria Comum-Rádio / Táxi Acessível: bandeira R$4,50; tarifa quilométrica R$2,75 e tarifa horária R$33.
Categoria Especial: bandeira R$5,65; tarifa quilométrica R$3,45 e tarifa horária R$41,25.
Categoria Luxo: bandeira R$6,75; tarifa quilométrica R$4,15 e tarifa horária R$49,50.

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