quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Cidades buscam alternativas para conviver com a estiagem

04.02.2015

Pedra Branca e Mombaça já sofrem com colapso no abastecimento nas zonas rural e urbana

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Acopiara recebe pouca água de adutora que capta o produto do açude Trussu, em Iguatu
FOTO: HONÓRIO BARBOSA
Fortaleza. A situação hídrica dos municípios de Pedra Branca e Mombaça será objeto da pauta da reunião do Comitê Integrado da Seca, que será realizada na próxima segunda-feira, com o objetivo de buscar soluções para a estiagem. O problema da falta d'água tem-se acentuado não apenas no campo, como nas cidades, pela falta de chuvas e a diminuição dos níveis dos reservatórios da região.
Com um nível de chuvas muito abaixo da média, reservatórios com volume mínimo de abastecimento e com previsões de uma quadra chuvosa fraca, os municípios precisam encontrar alternativas, nem sempre exitosas, para fornecer o mínimo de água para a sobrevivência de sua população como carros-pipas e cisternas.
Pedra Branca
Em Pedra Branca, distante 261 km de Fortaleza, a situação não é diferente de todo o Estado. O açude Trapiá, responsável pelo abastecimento do município, com capacidade para armazenar mais de 18 milhões de m³ de água, está com apenas 5% de seu volume. Uma das alternativas que tem dado um pouco de esperança é a instalação de poços, que nem sempre dão certo, pois não há como se ter certeza se no local de perfuração terá vazão de água.
No último domingo, uma dessas tentativas teve sucesso. Com a equipe do Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto (SAAE ) a Prefeitura instalou um poço profundo nas proximidades do Clube do Vaqueiro de Mineirolândia, que deve beneficiar aproximadamente 500 famílias. Além disso, irá desafogar o abastecimento com carro-pipa. O poço tem 58 metros de profundidade, com vazão de 7 mil litros de água por hora. O produto é bombeado para um tanque de 12 mil litros. Em seguida, é feita distribuição para os bairros.
De acordo com o prefeito Pedro Paraibano, o Município precisa de, no mínimo, mais 100 poços para suprir a necessidade que possue no momento. "Os carros-pipas que conseguimos com a Defesa Civil não estão sendo mais suficientes e buscamos com recursos próprios a perfuração de poços para amenizar a situação".
Solicitação
O prefeito disse ainda que foi feito, junto ao Governo Federal, a solicitação de recursos para mais poços. Porém, ainda não obtive repostas. "Estamos no sufoco. Falta água para nosso rebanho, para o homem do campo e também para a população das cidades. Precisamos de mais ajuda pois sozinho está muito difícil", completou o prefeito. Pedra Branca passa, como todas as cidades da região, por um período de seca. Com o baixo índice de chuvas, o volume de água do açude Trapiá, que abastece grande parte do Município vem diminuindo gradativamente. Hoje, o reservatório está com apenas 5% de sua capacidade, sendo que a população consome em média 1% de água por mês do atual volume. Diante dessa situação e atendendo ao apelo da população e a reivindicação de lideranças políticas, a administração municipal tem tomado algumas medidas para evitar um colapso no abastecimento.
Foi realizada uma reunião com os proprietários de lava-jato para discutir a melhor solução para a redução do consumo. Após o assunto ser debatido, ficou acordado entre o poder público municipal e os proprietários de lava-jato que o abastecimento de água do SAAE para lavagens de veículos será suspenso e que eles poderão continuar com suas atividades abastecendo os seus tanques através de carros-pipas.
Mombaça
No município de Mombaça, distante 296 km da Capital, serão instaladas 552 cisternas de enxurrada, que possuem capacidade para acumular 52 mil litros e é construída dentro da terra, ficando somente a cobertura de forma cônica, acima da superfície. O terreno é utilizado como área de captação. Quando chove, a água escorre pela terra e antes de cair para a cisterna passa por duas ou três pequenas caixas. A retirada da água é feita por meio de uma bomba de repuxo manual.
Para tentar driblar a falta de água, o município também instalou sistemas de abastecimento d'água em comunidades da região. As obras fazem parte do Projeto São José III beneficiando 62 famílias do Sitio Fortuna e 67 famílias da comunidade de Santa Rita II. Na reunião da próxima segunda-feira, a expectativa é que novas medidas sejam anunciadas para atender o maior número de comunidades.

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