Cursos da Urca continuam sem aulas, apesar do fim da greve
Os alunos de Artes Visuais e Teatro continuam sem saber quando a paralisação chegará ao fim
Crato. Mesmo com a suspensão da greve e a decisão de reinício das atividades na Universidade Regional do Cariri (Urca), dois cursos ainda não retornaram às aulas. Os alunos de Artes Visuais e Teatro continuam sem saber quando a paralisação do movimento terá fim.
Os cursos correm o risco de terem as turmas atuais esvaziadas, já que pela incerteza de uma data para retorno, muitos alunos estão optando por desistir ou tentar outros cursos em outras universidades.
O Sindicato dos Docentes da Urca (Sindurca) afirma que a categoria resolveu suspender a greve mantendo-se em estado de greve, acompanhando as ações do governo e da reitoria para que se faça cumprir o acordo firmado nas negociações. Mas o Departamento de Artes, que conta com somente dois professores efetivos nos seus quadros atualmente, não tem condições de retornar no momento.
Na assembleia que decidiu pela suspensão da greve também foi aprovado o envio de recomendação aos departamentos para que não solicitem seleção de professor substituto/temporário que não seja para substituir professor afastado. Com essa decisão, somente após o concurso e a nomeação dos aprovados é que os departamentos de Artes Visuais e Teatro vão poder retomar as atividades.
Para o estudante do curso de Artes Visuais, Nícolas Bergson de Sousa, que faz parte da última turma do curso e chegou a assistir apenas duas semanas de aulas, interrompidas pela greve, a situação na sua turma é de descrença. Segundo ele, "sete dos 30 alunos já falam em desistir agora e até que se faça um concurso e nomeie professores é muito tempo para esperar, até lá creio que muito mais desistirão" lamenta.
Acompanhamento
As outras atividades foram normalizadas, mas de acordo com o presidente do Sindicato, Augusto Nobre, uma nova assembleia deve ser realizada nesta semana para avaliar o acompanhamento das ações prometidas pelo Governo do Estado, que foram decisivas para a suspensão da greve no último dia 13.
Augusto diz que, após a volta das atividades, o comando de greve já teve outras reuniões com o Governo para encaminhamento das ações acordadas como condições para a finalização da greve.
Ele afirma que as negociações continuam acontecendo. Dentre essas, estão sendo feitas as nomeações dos 26 professores. O edital para o concurso público, que disponibilizará 62 vagas para a Urca, também está em processo e deve ser finalizado logo.
Quanto ao Departamento de Artes, o professor Augusto explica que o retorno só será possível após o concurso que ainda não tem data, pois os departamentos juntos ficarão com 21 dos 26 professores aprovados. Após a nomeação e posse destes professores as aulas seriam reiniciadas. Ele lembra que essa não é uma situação nova, que o Governo tinha ciência, mas infelizmente a situação chegou a esse ponto. Ele acredita que, pela urgência, é possível que o edital das 21 vagas do Departamento saia antes do Edital geral.
"As ações são permanentes e os Sindicatos das Universidades devem estar sempre em negociação com a Secretaria de Ciência e Tecnologia defendendo as causas das Universidades Estaduais", revela.
Emergência
A perspectiva para o novo Governo, segundo Augusto, é de que os três sindicatos estarão sempre em negociação, já que foi aberto este caminho. "Fechamos essa demanda emergencial agora, mas teremos reuniões com o secretário mensalmente para planejarmos as Universidades Estaduais. Diversas outras questões serão discutidas, como a possibilidade de outro concurso para o próximo ano, questão da destinação de recursos, questão de eleição para reitor, dentre outras", finaliza.
A direção do Sindurca solicitou à reitoria sua participação na reunião do Cepe/Consuni, em que será avaliado o novo calendário acadêmico. A categoria decidiu solicitar à reitoria que encaminhe para o Cepe a supressão do semestre letivo 2015.2, não abrindo vestibular para o mesmo. Ficando a programação da seguinte forma: de janeiro a junho, a conclusão do semestre letivo 2014.2; em julho, o gozo das férias docentes; de agosto a dezembro, o semestre letivo 2015.1 e em 2016, os semestres letivos 2016.1 e 2016.2. (M.M.)
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