EM VÁRIAS CIDADES
Chuva com ventos de até 70 km deixa rastro de destruição
20.02.2015
Na cidade de Jucás, parte do forro da Igreja Matriz caiu no momento da missa, mas ninguém ficou ferido
Iguatu. Moradores das cidades de Iguatu, Jucás e Cariús na região Centro-Sul vivenciaram momento de pânico na noite desta Quarta-Feira de Cinzas. Uma ventania seguida de chuva com intensos relâmpagos e trovões causou destruição nos três centros urbanos. Em Jucás, parte do forro da Igreja Matriz e fios da rede elétrica em ruas do centro caíram provocando medo e a morte de um morador.
A Funceme registrou chuva em 86 municípios do Interior entre as 19 horas de quarta-feira e 13 horas de ontem. Em alguns locais, como em Iguatu, a precipitação foi acompanhada por ventos de 70 Km por hora. As maiores precipitações ocorreram em Jucás (65mm); Cariús (64mm), Tabuleiro do Norte (55mm), Meruoca (45mm); Potiretama (40mm), Iguatu (38,3mm) e Viçosa do Ceará (36,2mm). Em Iguatu, ocorreu chuva de granizo em várias localidades rurais, semelhante ao que ocorreu em dezembro passado.
Embora tenha durado apenas 30 minutos, por ter sido seguida de trovões e ventos fortes, a chuva em Iguatu provocou apreensão entre os moradores. A ventania deixou um rastro de destruição: arrancou placas de publicidade, telhados de casas e antenas; derrubou muros e uma torre de 15 metros de altura de transmissão de sinal de Internet, instalada em um prédio de três andares, no centro comercial. A queda da antena provocou destruição em lojas vizinhas.
Sem energia
Até um vidro de divisória de uma empresa de ônibus no terminal rodoviário foi arrancado. Semáforos ficaram destruídos e placas de proteção de hangares do Aeroporto Tomé da Frota, nesta cidade, ficaram avariados. Vários bairros permaneceram sem fornecimento de energia elétrica na noite passada e houve alagamento em algumas casas. Em outros locais foram registradas quedas de árvores, destruição de placas de publicidade, além de fachadas de lojas.
A Defesa Civil do município foi acionada e está visitando os bairros para tomar conhecimento da situação e possíveis providências. Ainda na noite da última quarta-feira, após a chuva, empresários saíram de suas casas e foram verificar estragos em lojas. "Houve muitos estragos de fachadas, placas e telhados", disse o lojista e diretor da Associação Comercial, Henrique Costa.
Igreja
Na cidade de Jucás, parte do forro da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo caiu no momento em que era celebrada a Missa de Quarta-Feira de Cinzas, por volta das 20 horas. Há informações de que parte do teto cedeu provocando infiltrações e a queda do forro. Alguns fiéis, com medo, saíram do templo, antes de a missa terminar. "Fiquei assustado e fui logo para casa", contou o produtor rural Máximo Barbosa. "O vento era muito forte e derrubou árvores e fios elétricos". Nas ruas da Cidade, fiação e árvores foram destruídas.
Máximo Barbosa confirmou que uma pessoa morreu em consequência de choque elétrico, após queda de rede elétrica em uma rua da cidade de Jucás. "O tempo mudou muito rápido e o temporal veio forte, arrancando e destruindo tudo", disse o morador Pedro Custódio. Parte da cidade ficou às escuras.
Na cidade de Cariús, na manhã de ontem, árvores da Praça da República e fios estavam arrancados. Em dezenas de casas, o vento forte levou o telhado. "Aqui no Casarão, parte do telhado foi embora e nas ruas muitas árvores e fios caíram. A rede elétrica está presa a galhos de árvores", contou a médica Angélica Sales. "A ventania veio forte, causou medo e destruição".
Ontem, pela manhã, parte da cidade estava sem fornecimento de energia e operários da Coelce trabalhavam no conserto da rede. O mesmo ocorreu nas cidades de Jucás e Iguatu.
O prefeito de Iguatu, Aderilo Alcântara, percorreu, na noite de quarta-feira e madrugada de ontem, vários pontos da Cidade, com técnicos da Coordenadoria de Defesa, operários, máquinas e caminhões caçambas para recolher troncos e galhos de árvores destruídos pelo vento.
A manhã de ontem foi dedicada à limpeza, remoção de entulhos, conserto de telhados, limpeza de casas e de lojas atingidas pela chuva e pela ventania nas cidades de Iguatu, Jucás e Cariús. Em fins de dezembro passado, na cidade de Iguatu também houve forte ventania, chuva de granizo e destruição de casas, telhados, árvores, placas de publicidade e de dezenas de hectares de plantio de banana, causando enormes prejuízos aos produtores rurais. O fenômeno meteorológico voltou a se repetir menos de dois meses depois.
Na cidade de Limoeiro do Norte, na região Jaguaribana, também foram registradas chuvas e ventos fortes, que provocaram a queda de uma antena de uma emissora de rádio e de um muro de um lote urbano. A Funceme registrou chuva de 26mm na cidade. A Polícia Civil só registrou danos materiais.
Funceme
O meteorologista da Funceme Leandro Valente explica que as chuvas são consequências de dois sistemas que estão atuando sobre o Estado. Um deles é a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), comum para o período chuvoso, que vai de fevereiro e maio. O outro não é comum. Ele contribui para a formação de nuvens verticalmente bastante elevadas (cumulunimbus).
São nuvens de tempestade que trazem não só chuvas intensas como também ventos fortes, como o de 70 km registrado em Iguatu. Ele é chamado de Vórtice Ciclônico de Altos Níveis, que se forma no oceano, se intensifica e atua sobre regiões próximo à sua borda. A previsão da instituição é de que, nesta madrugada, tenhamos mais precipitações nas mesmas regiões.
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