PROTESTO
Líderes de caminhoneiros do Sul do país não fecham acordo com Dilma
Folhapress | 14h59 | 26.02.2015
"Não concordamos com esse pacotão do governo. Não queremos carência, queremos moratória dos financiamentos", afirmou o secretário-geral do Sinditac, Idair Parizotto
Líderes do movimento dos caminhoneiros que bloqueia as estradas do Sul do país desde a semana passada não dão aval ao acordo anunciado pelo governo federal na noite desta quarta-feira (25) e dizem que as promessas da equipe de Dilma Rousseff não resolvem os problemas da categoria. A paralisação, segundo a categoria, será mantida.
A reportagem ouviu seis líderes da categoria na manhã desta quinta-feira (26) e todos discordam das medidas anunciadas. Nenhum deles participou da reunião em Brasília -e dois desses seis afirmam, inclusive, que "não houve acordo" com os caminhoneiros.
Apesar do anúncio do governo, a paralisação nas estradas federais segue forte no Sul. Segundo o balanço da manhã desta quarta (25) da Polícia Rodoviária Federal, o Sul concentra 49 (quase 70%) dos 71 pontos com interdições: 20 no RS, 18 no PR e 11 em SC, segundo a polícia. A região Sul é a que mais tem sofrido com os bloqueios, com falta de abastecimento de alimentos e até remédios.
"Não houve acordo algum com o governo, o que houve foi algo vergonhoso. Anunciaram que foi feito acordo para espalhar na imprensa. Nós aqui continuamos parados. Não temos condições nem de pagar o IPVA, vamos permanecer parados pelo tempo que for preciso", disse Odi Antônio Zani, líder do movimento de paralisação em Palmeira das Missões (RS).
Quatro deles citam que o maior problema do acordo está na não redução do preço do diesel e no "congelamento" dos financiamentos de caminhões.
"Não concordamos com esse pacotão do governo. Não queremos carência, queremos moratória dos financiamentos", afirmou o secretário-geral do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga) em Francisco Beltrão (PR), Idair Parizotto.
Segundo Parizotto, a proposta apresentada pelo governo é praticamente a mesma de 2012, quando também houve uma greve da categoria. "Não concordamos com esse pacotão do governo. Não queremos carência, queremos moratória dos financiamentos", diz.
O Sindicat informou que esta quinta (26) e sexta (27) o comércio de seis cidades da região -Pérola d'Oeste, Capanema, Planalto, Santo Antônio do Sudoeste, Pranchita e Barracão- abrirão parcialmente e os comerciantes irão às rodovias para apoiar os caminhoneiros.
Segundo a Associação dos Municípios do Oeste do Paraná, parte das prefeituras daquela região vai funcionar parcialmente.
O prefeito de São João, Altair José Gasparetto (PSDB), que preside a Amsop, diz que a entidade entende e é favorável as manifestações dos caminhoneiros.
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