PSDB quer informação sobre empresas que teriam financiado a Beija-Flor
Folhapress | 18h08 | 19.02.2015
Um dos carnavalescos da Beija-Flor, Fran-Sérgio, afirmou nesta quinta-feira (19) que o desfile da escola, que venceu o Carnaval carioca, foi financiado por empresas brasileiras de construção civil que atuam na Guiné Equatorial
O PSDB vai pedir informações ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio sobre obras financiadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na Guiné Equatorial. O líder do partido no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), suspeita que recursos do banco tenham sido usados por empreiteiras brasileiras que teriam financiado o enredo da escola de sambaBeija-Flor, campeã do Carnaval do Rio.
No pedido de informações, Cunha Lima questiona o montante de recursos do BNDES destinado ao financiamento público de obras das empreiteiras no país africano, assim como pede que o banco relacione as empresas brasileiras que receberam esses recursos.
"Se houver financiamento do BNDES a essas empresas, fica clara a triangulação de um banco público para uma escola de samba, o que não é justo. Você teria que ter um tratamento igual para todas as outras escolas", afirmou o senador.
Além do pedido de informações, o PSDB trabalha pela instalação de CPI mista no Congresso (com deputados e senadores) para investigar o BNDES. A ideia dos tucanos é incluir as investigações sobre eventuais obras na Guiné Equatorial nos trabalhos da comissão de inquérito.
"Vamos fazer um pente fino nos financiamentos e patrocínios do banco. Apenas queremos dar transparência a tudo o que é feito pelo banco", afirmou Cunha Lima.
Financiamento
Um dos carnavalescos da Beija-Flor, Fran-Sérgio, afirmou nesta quinta (19) que o desfile da escola, que venceu o Carnaval carioca, foi financiado por empresas brasileiras de construção civil que atuam na Guiné Equatorial, país homenageado no enredo.
O país é uma ditadura comandada há 35 anos por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que tem uma fortuna pessoal avaliada em US$ 600 milhões, de acordo com a revista "Forbes".
Segundo o jornal "O Globo", que revelou o caso, o patrocínio é de R$ 10 milhões. A Beija-Flor não confirma nem refuta o valor.
"O desfile teve a colaboração de empresas, entre elas a Odebrecht, a Queiroz Galvão e principalmente a ARG. Não tenho como precisar o valor, mas sei que foi menos do que o noticiado", disse o carnavalesco.
Ainda nesta quinta, a Odebrecht mandou um comunicado à imprensa onde nega o patrocínio e diz que não atua na Guiné Equatorial.
A Queiroz Galvão e a mineira ARG ainda não se pronunciaram. A ARG está construindo duas grandes obras rodoviárias no país, segundo seu site oficial.
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