terça-feira, 17 de março de 2015

Acordo visa urbanizar parte do Maranguapinho

17.03.2015

A nova área a sofrer intervenção fica entre Maracanaú e Maranguape, com início na barragem

Image-0-Artigo-1816929-1
Estado e UFC firmaram parceria, pois o trecho fica na Fazenda Raposo, terreno da Universidade que foi referência pela concentração de carnaúbas
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Secretaria das Cidades e Universidade Federal do Ceará (UFC) firmam parceria para urbanizar parte do Rio Maranguapinho. O acordo feito ontem, em encontro entre o reitor Jesualdo Farias e o secretário-adjunto estadual das Cidades, Quintino Vieira, teve de ser firmado porque parte do terreno que será urbanizado é da Fazenda Raposa, de propriedade da universidade.
"A receptividade do reitor foi muito boa. Estamos valorizando um terreno que é da União, dando maior conforto e vigilância, que hoje não existe lá", destaca Vieira. O gestor esclarece que o trecho, que abrange cerca de 800 metros, receberá iluminação, dando maior segurança ao pedestre e ao ciclista que irá percorrer aquela região à noite.
O novo trecho do Maranguapinho a ser urbanizado fica entre os municípios de Maracanaú e Maranguape, com início na barragem. A urbanização da margem esquerda do manancial teve início no ano passado. Mas, para dar continuidade, era preciso que a universidade concedesse o uso do trecho correspondente à fazenda. O espaço receberá cerca, - a mesma utilizada no Parque do Cocó - será pavimentado com paralelepípedo de sete metros de largura, a calçada terá três metros e será construída ainda uma ciclovia, toda sinalizada, valorizando, dessa forma, o ciclista que percorre a margem do Maranguapinho. O investimento total da obra é de R$ 924 milhões pela urbanização dos 44,5 Km do manancial.
Atraso
A intervenção, iniciada há mais de dois anos, está atrasada. Conforme o secretário-adjunto, o entrave ocorreu por causa das desapropriações. Ele esclarece que dez mil famílias serão retiradas e realocadas em condomínios residenciais em vários trechos do próprio Maranguapinho. Alguns já foram feitos e outros estão em processo de construção.
Os recursos da urbanização são oriundos do Governo Federal, por meio do Ministério das Cidades, com contrapartida do Governo do Estado. "Estamos dando um avanço muito grande a esse projeto neste ano, para tentar minimizar o atraso que houve no passado, por causa das desapropriações", diz Viera.
Jesualdo Farias, reitor da UFC, acrescenta que o trecho da fazenda que será urbanizado é uma região problemática, que nunca conseguiram resolver. Com a intervenção, a área passará a ser de acesso público. A ideia da universidade é de fazer um reflorestamento. "Muitas árvores foram roubadas. Inclusive, houve um desmatamento com tentativa de invasão", ressalta.
Ele acrescenta que toda a margem vai ser um grande parque protegido pelo Estado, com iluminação e um projeto de educação ambiental. "Os planos são de ocuparmos a fazenda, que segue sem atividade. Tudo que a gente fez até hoje ali foi objeto de roubo. Até segurança nós temos dificuldade de colocar lá, porque eles se sentem em risco", frisa.
Futuramente, há um projeto de implantação do Curso de Engenharia Florestal no local e também de um Jardim Botânico, que nunca saíram do papel, segundo o reitor, por falta de financiamento. "O problema não é investimento, mas a manutenção, garantir o funcionamento com os profissionais trabalhando e os laboratórios funcionando", frisa. A fazenda, que já teve a maior concentração de carnaúbas do mundo, perdeu o posto e, há anos, encontra-se abandonada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário