quarta-feira, 11 de março de 2015

Campanha destaca saúde renal

11.03.2015

A insuficiência renal crônica é uma doença caracterizada pela perda progressiva e lenta da função dos rins

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Atualmente, o Centro de Nefrologia de Canindé atende a 193 pacientes
FOTO: A. C. ALVES
Canindé. Com o tema Rins Saudáveis, o Centro de Nefrologia de Canindé (CNC) realiza amanhã, no Dia Internacional do Rim, campanha de conscientização contra a doença, nas praças Thomaz Barbosa, Frei Aurélio e na Basílica de São Francisco. Haverá verificação de pressão arterial, glicemia capilar e avaliação nutricional. Durante a semana, serão realizadas palestras nas escolas das redes estadual e municipal de Canindé explicando aos alunos o que é doença renal crônica.
Atualmente, o Centro de Nefrologia de Canindé atende a 193 pacientes dos municípios de Canindé, Caridade, Itatira, Paramoti, Boa Viagem, Madalena, Monsenhor Tabosa, Novo Oriente, Crateús, Independência, Tauá e Quiterianópolis.
A instituição foi fundada no dia 5 de fevereiro de 2007 e se tornou a grande referência na região no tratamento dos pacientes intercalados, que recebem assistência quatro horas por dia, três vezes por semana.
Embora privada, é uma unidade conveniada com o Sistema Único de Saúde (SUS). Trabalham no programa dois médicos assistencialistas, um médico coordenador, três enfermeiros, um psicólogo, uma assistente social, um nutricionista e 19 técnicos de enfermagem.
João Moisés Landim Santana, médico coordenador do Centro de Nefrologia, explica que a insuficiência renal crônica é uma doença caracterizada pela perda lenta e progressiva da função dos rins. Esta doença tem consequências importantes para a saúde e qualidade de vida das pessoas por ela atingidas.
Em Portugal, existe uma elevada prevalência de doentes com insuficiência renal crônica. As duas principais causas da enfermidade são a diabetes e a hipertensão arterial. A prevenção e o controle destas duas doenças pode ter um impacto muito marcado na redução do número de pessoas afetadas e na progressão da doença para os estágios mais avançados, com necessidade dos tratamentos de substituição da função renal, principalmente a hemodiálise, diálise peritoneal e transplantação renal", explica.
Segundo ele, 10% da população mundial tem doença renal crônica. A DRC afeta pessoas de todas as idades e raças. Um em cada cinco homens e uma em cada quatro mulheres, com idade entre 65 e 74 anos, tem doença de rins. Metade da população com 75 anos ou mais tem DRC em diferentes estágios.
Assintomática
"A insuficiência renal crônica é, nas suas fases precoces, uma doença assintomática, tal como a hipertensão arterial e, por vezes, a diabetes. Ela representa a perda lenta do funcionamento dos rins, cuja principal função é remover os resíduos e o excesso de água do organismo".
O problema ocorre, conforme João Moisés Landim, "quando uma doença ou outra condição de saúde prejudica a função renal, causando danos aos rins - que tendem a agravar-se ao longo de vários meses e até mesmo anos. Doenças e condições que geralmente causam a enfermidade incluem a diabetes dos tipos um e dois, hipertensão, glomerulonefrite, que é a inflamação dos glomérulos, unidades funcionais dos rins, onde ocorre a filtragem do sangue".
O médico alerta para o fato de que "a insuficiência renal crônica leva a um acúmulo de líquidos e resíduos no organismo. Essa doença afeta a maioria dos sistemas e funções do corpo, inclusive a produção de glóbulos vermelhos, o controle da pressão arterial, a quantidade de vitamina D e a saúde dos ossos".
Os fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver insuficiência renal crônica, além dos já citados, como a diabetes e a hipertensão, incluem ainda doenças cardíacas, fumo, obesidade, colesterol alto e o fato de a pessoa ser afro-americano, nativo-americano ou asiático-americano. E ainda ter histórico familiar de doença renal, 65 anos de idade ou mais.
A doença piora lentamente com o tempo. Nos primeiros estágios, pode ser assintomática. A perda de função, geralmente, demora meses para ocorrer.
Ela pode ser tão lenta que os sintomas não aparecem até que o funcionamento dos rins seja menor que um décimo do normal. Ou seja, quando a pessoa perceber, ela já pode estar com o funcionamento dos rins completamente comprometido.
Os primeiros sintomas da insuficiência renal crônica, em geral, também ocorrem com frequência em outras doenças e podem ser os únicos sinais da insuficiência renal até que ela esteja em estágio avançado.
Os sintomas podem incluir: mal-estar geral e fadiga, coceira generalizada (prurido) e pele seca, dores de cabeça, perda de apetite e náuseas. A Campanha alerta que, se uma pessoa tiver qualquer sintoma,, deve procurar ajuda médica o mais rápido possível.
Caso o paciente tenha uma condição médica que aumente o risco da doença, deverá fazer monitoramento constante da pressão arterial e da função renal por meio de exames de sangue e de urina, que deverão ser feitos com regularidade, bem como as consultas, que devem obedecer a uma periodicidade.
"Marque uma consulta com um nefrologista, que é o médico especialista em rins. No consultório, descreva todos os seus sintomas e procure esclarecer todas as suas dúvidas também. Responda adequadamente às perguntas que o médico poderá lhe fazer", sugere a campanha.
Estágios
A hipertensão está quase sempre presente durante todos os estágios da doença renal. Um exame neurológico pode mostrar sinais de dano nervoso. O médico pode escutar, com a ajuda de um estetoscópio, ruídos anormais no coração ou nos pulmões. O exame de urina pode, ainda, mostrar proteínas ou outras alterações. Essas alterações podem aparecer de seis meses a dez anos ou mais, antes do aparecimento dos sintomas.
Outro alerta da campanha é no sentido de que "a doença altera os resultados de vários exames. Cada paciente necessita verificar os níveis de alguns sais e minerais presentes no sangue regularmente, com a frequência de dois a três meses aproximadamente, com a realização de um hemograma completo e de um exame para checagem de colesterol. As substâncias cujos níveis essa doença costuma prejudicar são o potássio, sódio, albumina, fósforo, cálcio, magnésio, e eletrólitos.
As possíveis causas da insuficiência renal crônica podem ser identificadas por meio de exames como a tomografia computadorizada abdominal, ressonância magnética abdominal, ultra-som abdominal e ultra-som renal. O médico pode, ainda, retirar uma pequena amostra do tecido que reveste os rins para análise laboratorial.
Controlar a pressão arterial é a chave para atrasar a maior parte dos danos causados pela insuficiência renal crônica. Outros tratamentos podem incluir medicamentos especiais usados para ajudar a impedir que os níveis de fósforo no sangue fiquem muito altos; tratamento para anemia com adição de ferro à dieta; uso de suplementos orais de ferro; injeções intravenosas para suprir a necessidade dessa substância na corrente sanguínea; transfusões de sangue; e suplementos de cálcio e de vitamina D.
Hábitos
O médico José Moisés Landim lembra que "alterações na rotina e nos hábitos diários e alimentares também devem ocorrer. Aliados ao tratamento médico, essas adaptações à atual condição são essenciais para garantir a qualidade de vida da pessoa.
O paciente deve começar a se preparar para a diálise antes que ela seja efetivamente necessária. A preparação envolve aprender sobre a diálise e os tipos existentes, além dos procedimentos que devem ser realizados antes das sessões. O transplante de rim surge como uma das últimas opções para um paciente de insuficiência renal crônica.

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