quinta-feira, 19 de março de 2015

Demissão de Cid foi motivada por "incidente político grave", diz Mercadante

16h05 | 19.03.2015

"Acho que ninguém desejava que isso pudesse se transformar no episódio que tivemos, mas aconteceu", disse

mercadante
"Acho que ninguém desejava que isso pudesse se transformar no episódio que tivemos, mas aconteceu", disse.
O GLOBO
A saída de Cid Gomes do governo federal foi motivada por um "incidente político grave" e da falta de "condições políticas" que ele teria após embate em sessão da Câmara dos Deputados. A avaliação é do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), que comentou nesta quinta-feira (19) a demissão do então titular da pasta da Educação.
"Acho que ninguém desejava que isso pudesse se transformar no episódio que tivemos, mas aconteceu. A política é assim. Tem que virar a página, tocar para frente a educação", afirmou após receber prêmio da Fundação Conselho Espanha-Brasil.
Cid pediu demissão ontem, após fazer críticas de "oportunismo" à base aliada e afirmar que prefere ser chamado de "mal educado" a "acusado de achaque", em referência ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Mercadante não quis comentar boatos sobre sua eventual saída da Casa Civil -e retorno ao Ministério da Educação. "Não comento. Tenho trabalho demais para me preocupar com essas coisas."
PMDB
 
O ministro negou que a saída de Cid tenha sido resultado de pressão do PMDB, principal aliado do Planalto na Câmara. Mercadante reiterou que o pedido para sair do governo foi feito pelo próprio político e ponderou que Cid e Planalto não viam mais "condições políticas" de ele continuar no cargo após o episódio.
 
"Ele achava que não havia mais condições políticas porque a presença dele prejudicaria a relação do Congresso Nacional com o Ministério da Educação. Foi uma iniciativa dele e foi imediatamente aceita pela presidente porque, evidentemente, nós tínhamos o mesmo diagnóstico."
 
Terceiro Turno
 
Mercadante diz acreditar que, após as eleições presidenciais, o país vive um "clima de terceiro turno" e hoje, há cobrança por respostas num curto prazo de tempo.
 
"Discurso da campanha é um discurso para quatro anos. (...) A gente não pode ser cobrado em dois meses como se nós pudéssemos entregar em dois meses aquilo que nós queremos entregar em quatro anos", afirmou nesta quinta-feira (19), um dia depois de o Planalto lançar pacote anticorrupção em resposta às manifestações do domingo.
Para ele, as medidas anunciadas são "novas" e vão "aprimorar a legislação" no combate à corrupção.
 
"Quanto mais você mostra corrupção, as pessoas acham que é um ônus. Mas como ela [presidente Dilma] disse, é uma senhora idosa, muito antiga, que sempre teve no setor privado, no setor público, e está sendo feito [combate] com toda coragem."

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