quinta-feira, 26 de março de 2015

Governadores dão apoio e fazem reivindicações

26.03.2015

Os gestores pediram, por exemplo, acesso financiamentos para infraestrutura e novas fontes para a saúde

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O vice-presidente Michel Temer, a presidente Dilma e o governador do Ceará Camilo Santana durante a reunião realizada ontem
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Brasília. Ao se reunirem ontem com a presidente Dilma Rousseff (PT), os governadores dos nove estados nordestinos entregaram a ela uma carta política e uma pauta com cinco pontos que consideram prioritários para o desenvolvimento social e econômico da região.
Os documentos foram escritos ontem pela manhã, durante encontro prévio à audiência com Dilma. Na pauta administrativa, os governadores pedem acesso a financiamentos para obras de infraestrutura, novas fontes de recursos para a saúde. Eles solicitam a priorização do Nordeste em programas nacionais de segurança pública, no combate ao crack e na melhoria do sistema prisional.
A "intensificação de ações emergenciais para convivência com a estiagem e combate à seca" é outra demanda dos governadores, além da continuidade de investimentos federais em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Programa Minha Casa, Minha Vida, em obras da Petrobras e em recursos hídricos.
Na declaração denominada "Carta dos Governadores do Nordeste", eles pedem a união de todas as lideranças políticas e da sociedade civil para superar a crise e retomar o crescimento econômico, além de criticarem radicalizações em meio a instabilidades política e econômica.
Carta política
No outro documento, eles listam posições tomadas em comum e manifestadas "diante do clima de transitória instabilidade política e econômica". O texto elaborado pelos governadores contém defesas do ajuste fiscal promovido pelo governo, das investigações e do combate à corrupção. Consta também na declaração um "apelo a todas as forças políticas, econômicas e sociais para um amplo entendimento nacional" objetivando a retomada do crescimento, os investimentos públicos e privados, inclusive relacionados à Petrobras, combate às desigualdades regionais e sociais, além de uma "ampla reforma política".
"Reconhecemos as dificuldades econômicas por que passa o Brasil, derivadas em larga medida da continuidade da crise mundial inaugurada em 2008. Por essa razão, compreendemos a necessidade de medidas de ajuste fiscal, de caráter transitório e emergencial. Concordamos que este é o momento de também apresentar rumos claros para as políticas públicas no Brasil, com atenção especial para o desenvolvimento do Nordeste", diz a carta dos gestores.
Os governadores também disseram, no documento, que "conflagrações radicalizadas" não trarão benefício nenhum ao país. "É neste cenário que os governadores dos estados do Nordeste conclamam todas as lideranças políticas e a sociedade civil a um amplo entendimento que ponha o Brasil em um novo ciclo de crescimento, superando os focos de crise em nome do desenvolvimento de todos os brasileiros."
O texto foi denominado pelo governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), como "compromisso com o Estado Democrático de Direito". Ao final, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), destacou que é preciso apoiar a presidente. "Ela está no governo há apenas dois meses e meio, como todos nós estamos. Então acho que é precipitado qualquer movimento de quebra da estabilidade democrática no país", disse. "Somos contra o impeachment".
Após a reunião, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) disse que algumas demandas serão atendidas "porque são emergenciais", citando o combate à seca. "A melhoria da oferta de água é emergencial, já estamos fazendo e vamos acelerar".
Outros pontos da pauta, como o acesso a financiamentos, começarão a ser negociados pelo governo mas não dependerão do espaço fiscal que a União vai ter. Sobre a carta política, Mercadante relatou que Dilma agradeceu o "gesto muito importante" de "solidariedade e apoio".
A reportagem do Diário do Nordeste tentou ouvir o governador Camilo Santana após o encontro, mas o telefone do assessor de comunicação que o acompanhava estava desligado.

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