quarta-feira, 25 de março de 2015


SEMANA SANTA

Tilápia cai no gosto dos consumidores

25.03.2015

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A tilápia é vendida no Caminhão do Peixe, projeto coordenado pela Secretaria de Agricultura e Pecuária de Sobral, com apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura
Sobral Nas gôndolas dos supermercados de Sobral, o peixe já começa a ser um dos alimentos mais procurados nesse período que antecede a Semana Santa. O bacalhau e o salmão lideram a lista dos considerados mais nobres para o período, mas estão distantes da realidade da maioria das pessoas. Os preços, que variam entre R$ 18,65 para o quilo do bacalhau em postas, e R$ 22,95, para o quilo do salmão, também colocam esse tipo de pescado no ranking dos mais caros, mas nem por isso menos procurados, principalmente para quem não quer descuidar da forma física.
Maria José Linhares, professora de academia e apreciadora dos benefícios que a carne de peixe oferece, diz que, pelo menos uma vez por semana, se alimenta de peixe. "Já é hábito ter peixe em casa. Como eu vivo sempre na base da dieta, essa opção, pra mim é a melhor, assim como as carnes magras. Apesar dos preços, Semana Santa sem bacalhau, não dá", afirmou.
Todos os peixes são congelados e, entre os mais populares, estão o filé de polaca, vendido a R$ 11,65, o quilo, seguido da sardinha e da palombeta, ambos comercializados a R$ 8,65. Para atender a demanda pelo pescado, Silvia Portela, gerente de um supermercado, diz que o estoque foi aumentado. "Apesar da procura ser grande, por conta da data especial, percebemos que, hoje em dia, o peixe é um alimento popular, pois toda semana a média de vendas tem sido boa, por isso, aumentamos o nosso estoque em 50% para atender a essa procura", disse.
Francisco Carlos Santos optou pela tilápia, vendida no supermercado, em postas, ao preço de R$ 18,59. "Acho um pouco salgado esse valor, mas é um peixe gostoso, por isso sempre compro. É quase o preço do bacalhau, mas acho que rende mais". Longe do supermercado, no Bairro Pedrinhas, pessoas fazem fila para comprar peixe fresco já tratado, direto dos viveiros do Açude Ayres de Sousa (Jaibaras), ao preço de R$ 8.00, o quilo.
A tilápia é vendida no Caminhão do Peixe, projeto coordenado pela Secretaria de Agricultura e Pecuária de Sobral, com apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura - que beneficia diretamente setenta famílias, que têm nesse tipo de cultivo parte de seu sustento -, dentro de outros programas realizados para o incremento da agricultura familiar na Região.
Toda semana, o Caminhão segue um calendário de atendimento, e se desloca para um dos seis bairros mais populosos da Cidade, sendo Pedrinhas e Sumaré, os de maior procura pelo produto. São cerca de cem quilos de tilápia vendidos por dia, numa média de 20 toneladas comercializadas todos os meses.
Por conta das denúncias de que as gaiolas de confinamento dos peixes contribuiriam para a poluição do açude, por meio da ração utilizada, o Ministério Público solicitou que a Associação dos Pescadores do Jaibaras diminuísse a quantidade desse material, o que gerou queda na produção de tilápia, que baixou de 100 toneladas por mês, para 30.
Um acordo entre o MPE, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), e Agência Nacional de Águas (ANA), como estratégia para minimizar o impacto ambiental, que esse tipo de cultivo tem causado ao longo dos anos, numa água utilizada também para consumo humano. Segundo Aquiles Moraes, engenheiro de pesca do Município, "a criação de peixes é apenas um dos muitos fatores que contribuem para o impacto ambiental nas águas do açude, pois o mesmo tem sido utilizado para diversas atividades, como lavagem de roupa, automóveis, além da emissão de esgotos. Além das gaiolas, também foi reduzido de 32% para 28%, o teor de proteína das rações".
Medidas
Além dessas medidas, a pouca oferta de água também contribuiu para que o peixe perdesse peso e tamanho. Para a secretária de Agricultura, Luiza Barreto, essas ações foram necessárias, tanto para as famílias atendidas por projetos de piscicultura, como para particulares que também utilizam o Jaibaras para criação desse pescado.
"Percebemos uma queda significativa na quantidade de pescado comercializado por dia, pelo Caminhão, que já chegou a 400 quilos oferecidos. Hoje, esse número chega a 100 quilos vendidos diariamente. Mas isso não acarretará em falta do produto na Semana Santa, pois já temos o calendário de atendimento desse período concluído, afirmou.
Bom para Maria de Fátima Marques, que há dois anos passou a comprar o peixe do Caminhão, e deixou o Mercado de lado, onde o quilo de tilápia varia entre R$ 13.00 e R$ 15.00. "Eu estou lavando dez quilos de peixe para as quentinhas que forneço. Esse é o melhor preço".
Marcelino Júnior
Colaborador

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