segunda-feira, 18 de maio de 2015


JUAZEIRO DO NORTE

Transporte é precário para usuário

17.05.2015

Serviço público causa queixas constantes da população, com aumento da demanda e restrição da oferta

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Deficiências são reclamadas pela população, que exige ação do poder público
FOTOS: ELIZÃNGELA SANTOS
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A Secretaria de Segurança Pública realizou a audiência com o intuito de ouvir a população quanto às principais questões que afligem os usuários do transporte coletivo
Juazeiro do Norte. Frota de ônibus sucateada, ruas sem condições de tráfego, em função da ausência de infraestrutura, linhas insuficientes para chegar aos diversos bairros da cidade, entre outras deficiências, expõem a precariedade do transporte coletivo urbano de Juazeiro do Norte. Durante audiência realizada semana passada, com a representação dos diversos setores da sociedade local, mais uma vez esses problemas vieram à tona.
Há cerca de dois anos uma audiência foi realizada na cidade com essa mesma finalidade e praticamente nada mudou no que diz respeito à melhoria no transporte da cidade. O debate inicialmente foi provocado pelo Ministério Público. Desta vez, a sociedade decidiu denunciar e cobrar de forma efetiva uma ação do poder público.
A Secretaria de Segurança Pública de Juazeiro do Norte realizou a audiência no intuito de ouvir a população quanto às principais questões que afligem os usuários do transporte coletivo e apresentou a atual estrutura de mobilidade urbana da cidade. Para isso, foram reunidos no auditório do Cerest, em Juazeiro do Norte, os representantes de diversos setores, como empresas permissionárias, estudantes, sociedade civil, associações, entidades de classe e sindicatos.
Segundo o coronel Herdez Antonio de Miranda, a pretensão foi reunir os usuários deste serviço e poder destacar todos os pontos considerados críticos para que sejam estudados e solucionados num menor espaço de tempo possível. "Vamos realizar uma segunda audiência em breve para levar à população as soluções já efetivadas de muitos desses problemas", afirma.
Miranda lembra que a fiscalização é uma atribuição do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) e afirma ser grande o volume de reclamações que sua secretaria recebe no dia a dia. De acordo com o coronel, são queixas contra as condições dos ônibus, incluindo a questão da segurança, como pneus bastante desgastados e a parte mecânica deficitária, bem como o desconforto proporcionado por estes veículos
Sucateamento
Num levantamento preliminar ele disse já ter verificado a má conservação da frota com veículos muito sucateados. Por isso, veio a ideia da audiência pública a fim de ouvir a sociedade, para que possa ajudar o município a resolver esses problemas, principalmente nas questões mais urgentes. Uma das reclamações mais recorrente é a demora entre um ônibus e outro nas paradas, em virtude da população ter aumentado e a frota reduzido. Além disso, muitas áreas de Juazeiro reclamam que estão à margem dos serviços. Herdez Miranda disse que a Prefeitura está empenhada na melhoria da malha viária e não considera compatível conceder aumento nas tarifas sem um serviço à altura.
O vice-presidente para Assuntos Técnicos do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), André Eskinazi, afirma que este é um momento de propor soluções para o problema do transporte urbano em Juazeiro do Norte. Para ele, a questão passa principalmente pelo setor público, e não vai ser a troca de tipos de transportes que irá resolver.
Conforme o vice-presidente, esse é um importante momento para se pensar o tipo de serviço ideal para a cidade, no intuito de atender a população. "Juazeiro precisa de um bom sistema, e que funcione", diz. Já o vereador do Partido dos Trabalhadores (PT) Cláudio Luz, defende a necessidade de se realizar o processo licitatório para as empresas terem a concessão pública e atuarem na cidade. Com isso, haveria critérios de qualidade para o funcionamento das linhas.
Os usuários reclamaram, em sua maioria, que estão sem linhas suficientes nos bairros. Alguns deles até contam com os terminais, mas há uma grande dificuldade de que os veículos coletivos passem em horários regulares nos locais.
A professora Viviane Brito, do Instituto Federal de Educação (IFET) de Juazeiro, disse que logo após algumas reivindicações para os ônibus circularem até o estabelecimento de ensino em que trabalha, houve uma melhoria, mas não demorou muito para que o serviço se tornasse precário, sem obedecer a regularidade de horário para chegar até o local.
A acessibilidade nos transportes coletivos, que deveriam ter plataforma elevatória, ainda não se obteve segundo o presidente da Associação Defensora das Pessoas com Mobilidade Reduzida (Andare), Jonatas David de Lima. Ele ainda destaca a precariedade dos veículos e as péssimas condições de tráfego.

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