Joaquim Barbosa diz que a política no Brasil virou uma 'coisa
desagradável'
Em Israel para receber o título de
doutor honoris causa da Universidade Hebraica de Jerusalém, outorgado neste
domingo (31), o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Joaquim
Barbosa, disse que "política no Brasil se tornou uma coisa
desagradável".
Vem dessa avaliação sua falta de
vontade para disputar qualquer cargo eletivo. "Nada em vida pública me
encanta mais".
Para Barbosa, que se tornou célebre
com o julgamento do mensalão, o país "aprendeu muito" com o escândalo
que financiava deputados da base aliada do PT com recursos desviados de
contratos públicos.
Eduardo Cunha diz que votação da maioridade penal acontecerá em junho
O presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), afirmou neste domingo (31) que levará ao plenário, após a
metade de junho, a discussão do projeto que visa a redução da maioridade penal
de 18 para 16 anos.
Em seu perfil no Twitter, o deputado
disse que a comissão especial da redução da maioridade penal deve concluir os
trabalhos até 15/JUNHO e, imediatamente, ele levará a questão à Câmara.
Procuradores têm novo indício que liga Eduardo Cunha a requerimentos
suspeitos na lava Jato
Investigadores da Operação Lava Jato
vão usar como prova contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a
informação de que a sua senha digital particular e a da ex-deputada Solange
Almeida (PMDB-RJ) estavam ativas no momento em que foram criados dois
requerimentos suspeitos de terem sido usados para achacar uma fornecedora da
Petrobras.
O doleiro Alberto Youssef, um dos
delatores da Lava Jato, afirmou que os requerimentos foram apresentados a mando
de Cunha com o objetivo de constranger um representante da empresa e fazê-lo
pagar propina ao PMDB.
Governo atrasa repasses de verba para controle do Bolsa Família
Prefeituras e Estados em todo o país
não receberam até agora nenhum repasse do governo federal relativo a 2015 para
a gestão do Bolsa Família. Os atrasos comprometem a checagem da frequência de
crianças nas escolas e postos de saúde e a atualização cadastral dos
beneficiários.
Cinco pessoas morrem por dia após consumo de cocaína em São Paulo
Ao menos 1.685 pessoas morreram no
Estado de São Paulo em 2013 após terem consumido cocaína –média de cinco mortes
por dia.
A lista inclui casos de forte
indicativo de overdose e situações em que a droga foi um "fator
contribuinte".
Nesta última categoria está, por
exemplo, a pessoa que usou a cocaína e bateu a cabeça numa sarjeta. Morreu sob
o efeito do entorpecente, mas não de overdose.
Os números constam de um trabalho acadêmico da
biomédica Alessandra Lapenta Gomes, com base em dados do Núcleo de Toxicologia
do IML de São Paulo.
CUSTOS carissimos DOS TRÊS PODERES - Regalias sufocam máquina pública brasileira, dizem especialistas
Um sistema democrático envolto pelo fisiologismo político, a
existência de parlamentares com complexo de gestores, o excesso de regalias em
diferentes poderes e o desinteresse generalizado em fazer qualquer tipo de
economia da máquina transformaram a manutenção da democracia brasileira em um
processo muito caro. Para cientistas políticos, apenas o maior envolvimento da
sociedade conseguirá exercer pressão suficiente para que os ajustes necessários
no modelo atual sejam feitos.
O cientista político Ernani Carvalho, professor da Universidade
Federal de Pernambuco, ressalta que a manutenção de todo sistema político é
caro, mas afirmou que, historicamente, o modelo democrático é o mais exitoso. O
especialista salientou, no entanto, que o excesso de regalias no Legislativo e
no Judiciário encarece a democracia e, se comparada a cenários de outros
países, ele apontou que a realidade brasileira é singular.
"Alguns excessos precisam ser revistos. Por que os
parlamentares têm que ter mordomias que não existem em outros países? Por que
os parlamentares precisam ter motorista à disposição, ter carro à disposição,
ter apartamento ou uma verba para aluguel? Se pegar todos os parlamentos
europeus, verá que quase nenhum tem o tipo de regalia como há no Brasil",
aponta.
O cientista político David Fleischer, professor da Universidade de
Brasília (UnB), destaca que parlamentares norte-americanos se assustam ao
conhecer as benesses garantidas aos políticos brasileiros. "Um deputado ou
senador americano fica muito assustado quando sabe que um senador brasileiro
tem apartamento funcional, recebe verbas para viajar à terra natal. Ficam
assustados com o fato de terem motoristas, carros, gasolina à vontade",
revela.
Ernani Carvalho detalha que o alto custo da democracia também se
deve às regalias que fazem parte do cotidiano do Judiciário. "O custo do
Judiciário brasileiro é muito superior ao de outros judiciários. (...) Por que
um juiz que ganha um salário muito bom precisa receber um auxilio
moradia?", questiona.
Ernani Carvalho lamenta o que ele chama de cinismo social em
relação ao tema. O professor universitário alerta que, ao mesmo tempo em que a
classe política se aproveita de regalias despreocupadamente com os ônus que
elas trazem ao custo da democracia, a sociedade se resigna e aceita esse
cenário.
Além dos benefícios que inflam o custo de manutenção da
democracia, o professor Osmar de Sá Ponte, do departamento de Ciências Sociais
da Universidade Federal do Ceará, chama atenção para o alto custo da montagem
de uma simples equipe de assessores parlamentares na medida em que o político,
na maioria das vezes, prefere indicar cabos eleitorais incapacitados de exercer
a função e, por consequência, mais vulneráveis ao desperdício de verbas
públicas. Na visão do professor, uma assessoria profissional já reduziria as
despesas.
Para se ter ideia na previsão orçamentária do Governo Federal para
o ano de 2015, os valores destinados à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal
estão na ordem de R$ 5,3 bilhões e R$ 3,9 bilhões, respectivamente
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