MUDANÇA DE PARTIDO
Cid e Ciro dialogam com direção nacional do PDT
02.07.2015
Em Brasília, na tarde de ontem, os cearenses trataram com Carlos Lupi e André Figueiredo sobre adesão
O ex-ministro da Educação, Cid Gomes, acompanhado do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio e do seu irmão, o ex-deputado federal, Ciro Gomes, se reuniram na tarde de ontem com a direção nacional do PDT, em Brasília, para fazer, segundo ele, as primeiras tratativas para um possível ingresso na legenda. Cid deixou claro, segundo o líder do PDT na Câmara, deputado André Figueiredo, que seu objetivo é construir sua permanência no PROS, seu atual partido, mas que se isto não for possível, o partido de sua simpatia é o PDT.
Em Fortaleza, o deputado Heitor Férrer, pedetista que faz oposição aos irmãos Ferreira Gomes e tem pretensão de novamente ser candidato a prefeito da Capital cearense, foi informado do encontro, antecipadamente, pelo próprio deputado federal André Figueiredo, o principal interlocutor do partido para uma provável filiados dos liderados de Cid Gomes à sigla.
A ida para o PDT vai ser em conjunto. Isto é, caso haja a definição de mudança de partido, os irmãos Ferreira Gomes, o prefeito de Fortaleza e os demais filiados ao PROS, no Ceará, exceção do deputado federal Domingos Neto, migrarão juntos para o PDT. Ainda ontem Cid e Roberto Cláudio almoçaram com a bancada do PROS no Congresso Nacional para tratar dos rumos da legenda. Cid disse que está retomando apenas agora seu papel de articulador político e que deve vir mais regularmente a Brasília "para conversar com o pessoal do PROS".
Fortalecimento
Segundo André Figueiredo, este é o primeiro contato pessoal que teve com Cid Gomes desde que ele deixou o Ministério da Educação, no começo do ano. "Não digo que reatamos relações, porque elas nunca foram cortadas, digo apenas que foi uma reaproximação". André Figueiredo informou que ele e Carlos Lupi, presidente do PDT, conversaram com Roberto Cláudio e Cid Gomes. Ciro Gomes chegou mais tarde ao encontro e conversou reservadamente com Lupi.
De acordo com os dirigentes do PDT, uma possível candidatura de Ciro à Presidência da República não foi tratado na reunião, que foi apenas o contato inicial entre os Ferreira Gomes, Roberto Cláudio e o partido e que muita conversa ainda deve ocorrer até setembro, data final para a transferência de políticos que almejam disputar um cargo nas eleições de 2016.
"Para o PDT a vinda dos três é um fortalecimento. O planejamento do partido nacionalmente é buscar pessoas que possam construir uma alternativa para o Brasil, que enfrenta uma crise econômica e um vácuo político. Já deixamos claro que o PDT terá candidatura à Presidência da República em 2018, e queremos o maior número de nomes fortes e possíveis candidatos que conseguirmos para disputar a Presidência".
Enquanto o discurso da direção do PDT é ter o maior número de nomes fortes possíveis para a disputa à Presidência da República, integrantes do partido se mostram insatisfeitos com a possibilidade. Nesta quarta-feira, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) reafirmou que os irmãos Ferreira Gomes "não se alinham com o que idealizo para o PDT".
Devido a estas desavenças internas o PDT tentou manter oculta a reunião, não divulgando horário e local. Carlos Lupi e sua assessoria não atenderam à imprensa e nem confirmaram sua ida ao Ceará no próximo sábado.
Avisado
Candidato a prefeito de Fortaleza em mais de uma oportunidade pelo PDT, onde está há muitos anos, ontem, Heitor, após ter sido informado do encontro do prefeito de Fortaleza e os ex-governadores Cid e Ciro Gomes com Carlos Lupi e André Figueiredo, respectivamente presidente nacional e estadual do PDT, na tarde passada, disse que não queria ser o "marido traído".
"Conversar é um ato da política, mas o que o partido tem que ver é se colocar no meu lugar. Fui candidato a uma eleição, quase vitorioso, e tenho pretensão de me candidatar novamente. O partido abrindo as portas para um prefeito que quer a reeleição, obviamente, que a legenda será dele", lamentou.
Ele ressaltou ainda que, indo todos os liderados do PROS para o PDT, o partido ficará "inchado", inviabilizando sua candidatura. "Peço que os dirigentes se coloquem em meu lugar e analisem". Ele diz ter recebido acenos do PPS, PMDB e PSDB. "Me sinto lisonjeado com os convites, mas muito entristecido com a possibilidade de ter que tomar alguma decisão caso os Ferreira Gomes entrem no partido", afirmou.
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