Canindé A Prefeitura desta cidade aguarda um laudo da Vigilância Sanitária local para incineração de aproximadamente 25 toneladas de medicamentos vencidos. Os produtos foram encontrados na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) do Município pela atual secretária de Saúde do Município, Amélia Queiroz, durante a realização de inspeção nas unidades da Secretaria. Os medicamentos fazem parte da Compra Centralizada do Governo Estadual.
O chefe de Gabinete da Prefeitura, Milton Alves, explicou que, inicialmente, havia a dúvida de que o processo de incineração deveria ser executado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). "Quando ficamos cientes de que a responsabilidade era da Prefeitura, acionamos a Vigilância Sanitária e solicitamos um laudo sobre os medicamentos. A partir daí, providenciaremos a incineração junto aos órgãos especializados", disse.
Segundo a Secretaria de Saúde de Canindé, parte dos medicamentos está vencida desde 2010. Na relação, além de 6 mil frascos de colírio para glaucoma, cerca de 20 mil unidades de xarope para úlcera e mais fármacos diversos, inclusive para hipertensão e diabetes, estão estocados na CAF.
Como a Secretaria de Saúde de Canindé registrou um Boletim de Ocorrência (BO) denunciando o problema, os atuais gestores esperam que seja aberto um inquérito policial para apurar as responsabilidades.
O Município paga mensalmente R$ 25 mil ao governo do Estado para receber R$ 250 mil em medicamentos. Entretanto, a remessa havia sido cortada entre março e maio, quando o prefeito Celso Crisóstomo foi afastado do cargo.
Segundo assessores de Celso Crisóstomo, que foi afastado pelos vereadores sob suspeita de desviar recursos da iluminação pública e por improbidade administrativa, o problema já havia sido comunicado pela sua administração, em 2013, à 5ª Coordenadoria Regional de Saúde. Foi explicado também que algumas vezes os medicamentos são recebidos pelos municípios em quantidades acima do programado e próximos de vencer.
Regularização
O prefeito em exercício, Paulo Justa, que assumiu o cargo interinamente no início de junho, informou que a pendência financeira junto ao governo do Estado já foi regularizada.
Ele destacou, também, que agora busca adequar o recebimento de medicamentos à real necessidade daquele Município, para evitar tanto a falta de medicamentos para a população quanto o vencimento dos produtos, e, consequentemente, prejuízos ao erário.
No fim de março, situação similar foi registrada em Quixadá, também no Sertão Central. Dentro de um posto de saúde desativado foram encontrados, a princípio, mais de 20 mil frascos do antitérmico e analgésico Dipirona. Parte deles já estava vencida. Em seguida foram encontrados mais medicamentos noutro prédio. Todo o material seria incinerado, mas foi apreendido pelo Ministério Público. A secretária de Saúde do Município à época, Selene Bandeira, foi afastada. Ela não retornou mais ao cargo.
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