Uma cidade com melhores condições estruturais de trafegabilidade é o que deseja qualquer motorista. De fato, a Operação Tapa Buraco, anunciada pela Prefeitura de Fortaleza em abril, com duração de três meses, viabilizou reparos em diversos logradouros da Capital. Contudo, apesar de recuperar 247 mil metros quadrados de malha viária, meta superior à inicial, de 210 mil, o que se percebe ao andar pela cidade é que o problema ainda é bastante presente.
A reportagem esteve em ruas e avenidas de bairros e Secretarias Regionais distintos e encontrou a mesma situação em alguns pontos: condutores cautelosos e muita dificuldade diante dos obstáculos. Exemplo grave foi o encontrado na Rua Vereador Pedro Paulo, no bairro Parque Manibura. A via, que cruza a Avenida Washington Soares, recebe um alto fluxo de veículos, que ficam praticamente entalados em vários trechos da via diante das grandes deformidades que se formam ano a ano.
A Avenida Odilon Guimarães, no Alagadiço Novo, é extensa e serve como principal acesso a outros bairros, como Curió e Messejana. Apesar disso, parece não ter sido contemplada pela operação da Prefeitura já que, na semana passada, diversos buracos foram vistos. Muitos deles são tão espessos que obrigam os condutores a desviar pela contramão. "Esse é o caminho mais curto para chegar na minha casa, mas à noite, eu não passo por aqui. O trânsito é intenso e, por causa dos buracos, muitas vezes preciso ficar parada esperando os carros da mão contrária passarem para eu fazer o desvio, e isso é muito perigoso", conta a comerciante Joana Sousa, 31.
Do outro lado da cidade, quem dirige pela Avenida Augusto dos Anjos, no Bonsucesso, tem grande dificuldade em passar pelo trecho em frente à Rua Araraquara. A mistura de buracos, lama, calçamento e até barro mais lembra o cenário de um rali. A água acumulada nas várias deformações causa um temor ainda maior aos condutores. Até caminhões enfrentam complicações no local.
Outra movimentada via a sofrer com os desníveis no asfalto é a Rua Oscar França, no bairro Bom Jardim. Os trechos mais complicados ficam no encontro com as vias perpendiculares, como por exemplo, na esquina com a Rua Barra Vermelha, onde, conforme a população local, diversos condutores já tiveram prejuízos. "Esse problema aqui é antigo, da época da gestão passada, e só vem piorando com o passar do tempo. Esses buracos já causaram acidentes e muitos carros saem danificados, com para-choques amassados e até placas perdidas", disse a costureira Irinez Mota, 42, que reside bem em frente ao problema.
Investimentos
A Prefeitura informou que foram investidos R$ 8,6 milhões na operação emergencial de 2015, com prioridade nas ruas e avenidas com grande circulação de veículos do transporte coletivo. Além da Tapa Buraco, a administração informa trabalhar com as ações de recapeamento asfáltico, construção e ampliação de galerias de drenagem, desobstrução e reparos. A Coordenadoria das Regionais afirmou que a dificuldade de drenagem em alguns locais é a principal causa dos buracos, problema que vem sendo combatido com o Programa de Drenagem Urbana de Fortaleza (Drenurb).
Drenagem
Conforme a Prefeitura, já foram investidos R$ 155 milhões em obras de drenagem, por meio do Programa, atendendo às sete Regionais, que receberam cerca de 630 mil m² de nova pavimentação em 65 vias. O Drenurb realiza 22 obras em diversos bairros e prevê que 17 ainda sejam iniciadas neste ano e concluídas até o segundo semestre de 2016.
Até o ano que vem, a Prefeitura tem como meta investir mais R$ 65 milhões em melhorias de drenagem, pavimentação, abertura de novas ruas e pontes. Serão 80 vias dotadas de um novo sistema de drenagem com recapeamento asfáltico, galerias de águas pluviais e bocas de lobo.
A gestão esclarece que a Usina de Asfalto de Fortaleza, vinculada à Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf), pavimentou 69 Km de vias em 2015 e prevê, até o fim do ano, 407.129,06 m² de pavimentação asfáltica.
Renato Bezerra
Repórter
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