Dois estudantes universitários foram presos pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) em flagrante por fabricar e armazenar anabolizantes em dois apartamentos, nos bairros Cidade 2000 e Meireles, em Fortaleza. Este foi o terceiro laboratório do tipo fechado pela Polícia Civil no Ceará neste ano.
A operação que culminou nas prisões foi realizada por policiais da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD) na tarde da última terça-feira (18). 4.700 comprimidos e 2.000 ampolas foram apreendidos.
Os dois homens foram identificados como Felipe Teixeira Dobel Benigno, de 21 anos, estudante do curso de Direito e Luigi Gustavo Tadeu Oliveira da Silva, 22 anos, acadêmico do curso de Engenharia Ambiental.
Conforme a diretora adjunta da DCTD, delegada Patrícia Bezerra, as drogas eram produzidas e armazenadas nos dois endereços. Os clientes da dupla eram pessoas frequentadoras de academias no bairro Aldeota e até fisiculturistas.
"Tanto Luigi quanto Felipe trabalhavam principalmente na fabricação de anabolizantes. Eles têm frascos, invólucros, etiquetas, fora os tubos de ensaio, panelas. O foco deles era a produção e a partir daí se desenvolve uma rede de outras pessoas envolvidas que a gente não pode falar ainda pois as investigações continuam. Mas os clientes, segundo mencionado em depoimento, seriam frequentadores de academias e participantes de concurso de fisiculturismo", disse.
À Polícia, a dupla afirmou que o material era para uso próprio. A informação, porém, foi de encontro com as evidências encontradas pelos investigadores.
"Um deles, no interrogatório, negou o crime. Disse que era usuário. Quando perguntei onde conseguiu o material, disse que era nas academias que frequentava na Aldeota. No fim, não disseram onde conseguiram o material", relatou Patrícia.
A diretora adjunta destacou o trabalho de investigação realizado pelos policiais da DCTD. "A investigação vem sendo realizada durante todo o ano no combate às drogas sintéticas e anabolizantes. Mas quero enaltecer a ação dos investigadores da DCTD, que têm feito um trabalho incansável", frisou.
Material
Foram apreendidos nos dois apartamentos milhares de comprimidos inibidores de apetite, estimulantes sexuais, hormônios, ampolas e outros itens como frascos, etiquetas, seringas, óleo, pó branco, tubo de ensaio.
Chamou a atenção da reportagem o fato de que nas cartelas dos comprimidos, as inscrições apontavam para origem estrangeira do produto, sendo o Paraguai e a Espanha os mais recorrentes. Contudo, para a Polícia, a dupla fabricava os próprios anabolizantes, e os revendia, utilizando etiquetas também fabricadas por eles próprios.
A delegada enfatizou que a adulteração de medicamento é tipificada como crime hediondo. Contudo, garantiu que as investigações continuam.
"Foram autuados no artigo 273, que é bem longo mas podemos resumir em adulteração de medicamentos, um crime hediondo com pena de 10 a 15 anos. Temos 10 dias para concluir o inquérito. Os policiais continuam nas ruas levantando informações. Os dois ainda podem acabar indiciados em outros artigos", afirmou.
Conforme as investigações, os dois universitários eram responsáveis pela fabricação e repasse do material para revendedores dos medicamentos.
Este foi o terceiro laboratório de anabolizantes fechado pela Polícia Civil em 2015. Conforme Patrícia Bezerra, não foi encontrada ligação entre os fabricantes presos na terça-feira e os anteriores. Em maio, o fisiculturista capixaba Alexsander Albuquerque Pacífico, de 29 anos, foi preso. Já no mês de julho, foram 199.522 unidades de comprimidos e ampolas capturados em um apartamento na Praia do Icaraí, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Levi de Freitas
Repórter
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