A retirada de assinaturas durante o recesso parlamentar para instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Companhia Energética do Ceará (Coelce) repercutiu, ontem, na Câmara Municipal de Fortaleza. Robert Burns (PTC), autor do requerimento, foi à tribuna criticar a atitude dos vereadores e cobrar que a documento fosse devolvido para que ele pudesse reverter o ocorrido.
"Estou pedindo que se cumpra o Regimento. Não sei quem retirou, porque não recebi o documento, sei que foram para o jornal dizer coisas que não eram para dizer", afirmou.
A solicitação havia sido protocolada por Robert no dia 1º de julho e assinada por 18 parlamentares, mas, após a entrada no Departamento Legislativo, Adelmo Martins (PROS), Bá (PTC), Joaquim Rocha (PV), Antônio Henrique (PROS), Germana Soares (PHS) e Carlos Dutra (PROS) retiraram assinaturas.
Robert pediu posição oficial da Casa para entrar com recurso. Ele solicitou que o presidente Salmito Filho (PROS) devolva o requerimento. "Eu quero que se cumpra o Regimento, quero que mandem o documento dizendo quem retirou. Caso não faça isso, alguma coisa está errado".
O pronunciamento motivou crítica de Adail Júnior (PROS), 2º vice-presidente, ao afirmar que a declaração de Robert foi infeliz. "O parlamentar tem livre arbítrio de retirar e colocar assinatura na hora que achar necessário. Se tivesse assinado e achasse que deveria retirar, eu tiraria sem problema. Exigir na tribuna e dizer que o parlamentar é contra o povo?" , questionou.
Falta de habilidade
Adail acrescentou que os vereadores não têm obrigação de ir à tribuna explicar o motivo da retirada das assinaturas e acusou o colega de não ter tido habilidade política nos bastidores para segurar os apoios à CPI. Explicou ainda que a Mesa Diretora tem prazo de três dias para responder a solicitação de Burns.
Evaldo Lima (PCdoB) ponderou que o pedido de CPI chegou para ao presidente da Casa, Salmito Filho (PROS), com apenas 13 assinaturas e, para que possa ser instalada, a comissão precisa de 15 apoiamentos. Após o debate em plenário, a partir de 10h, a sessão ordinária ficou esvaziada, pois diversos vereadores se reuniram na sala da Presidência. A pauta seria o debate da CPI.
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