quarta-feira, 2 de setembro de 2015

CE reduz exclusão social em 28,7%

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Em uma década, entre 2000 e 2010, o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) do Ceará saiu de 0,530, em 2000, para 0,378, em 2010. É o que aponta o Atlas da Vulnerabilidade Social (AVS), realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado ontem (1º). O Estado passou de uma escala “muito alta” de vulnerabilidade social para um patamar considerado “médio” pelo Instituto. 
 
No IVS, quanto mais próximo a 1, maior é a exclusão social de um território, quanto mais perto de 0, melhores são as condições sociais da população.
Apesar do avanços, afirmam especialistas, ainda há muitos desafios a vencer, pois as disparidades ainda são grandes. Números como o do analfabetismo, mortalidade infantil e percentual de pessoas de 6 a 14 anos fora da escola ainda são altos.
Com isso, o Ceará está em 12º lugar entre todos os estados. Santa Catarina, com menor desigualdade, soma 0,192 de IVS. No ano 2000, o Ceará estava na 10ª posição no Brasil. No período, conseguiu melhorias, mas perde até para unidades da região Norte, como Rondônia, Roraima e Tocantins.
Mesmo assim, o Ceará apresenta o segundo menor IVS no Nordeste. O primeiro é o Rio Grande do Norte, com 0.349. A Paraíba está em terceiro, com índice de 0.385. O Maranhão é o pior do Brasil, com 0,521.
De acordo com o Ipea, Fortaleza ocupa apenas a oitava posição no ranking cearense dos municípios com menor exclusão. A Capital tem um IVS de 0,330, enquanto, o primeiro, São João do Jaguaribe, no Vale do Jaguaribe, está com 0,273. Sobral ocupa a segunda posição, com IVS de 0,286 e Limoeiro do Norte, a terceira, com 0,302. 
Ainda de acordo com o estudo – que avaliou, dados em relação ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, trabalho e renda, acesso à escola, mortalidade infantil e analfabetismo, entre outros – o IVS do Brasil foi de 0,446 em 2000 para 0,326 em 2010, uma queda de 27% em direção a níveis mais baixos de vulnerabilidade social. Nesse período de 10 anos, observa o Ipea, a ocorrência de um significativo avanço dos indicadores de vulnerabilidade social no País. 
“O Brasil ainda está pagando a conta do passado”, avalia o analista do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Daniel Suliano. Para ele, o País só começou de fato a enfrentar a exclusão social após a Constituição de 1988. A partir daí, afirma, com mais foco e prioridade para questões sociais, é que se permitiu caminhar sem tantas disparidades que, apesar de ainda serem enormes, já refletem um amadurecimento da sociedade. “É uma questão histórica. Por isso, o processo será lento e deve passar por gerações”.

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