Fortaleza. O Grupo "Amigos da Praça", que já tem mais de 300 seguidores no Facebook, lança o movimento para criação de áreas definidas para lazer de cães em praças públicas da Capital cearense. Também autodenominado de "AUmigos da Praça", o grupo é formado por cerca de 50 pessoas de variadas profissões que, diariamente, levam seus animais para passear na Praça Luíza Távora, no quadrilátero das vias Santos Dumont, Costa Barros, Carlos Vasconcelos e Monsenhor Bruno.
A proposta dos criadores é seguir a tendência de grandes cidades no mundo e no País, como em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Santos e Juiz de Fora, entre outras. Os chamados "cachorródromos" ou "parcães" são áreas públicas, onde os cães podem brincar e correr livremente, sem necessidade de coleiras, mas monitorados por seus criadores.
"Nossa proposta é que a Prefeitura ou o Governo do Estado criem espaços cercados em praças de Fortaleza, para que os cães possam se socializar, sem perigo de se machucarem ou de machucar alguém. Com esse espaço específico, eles podem ficar à vontade, sem risco para idosos, crianças ou pessoas que não gostam de cães", defende um dos representantes do grupo, o gráfico Aloísio Bezerra Júnior.
Também como liderança no grupo, a gerente administrativo-financeira, Fernanda Soares, explica que trata-se de uma ação efetiva do poder público. "Uma simples solução é delimitar este espaço, cercado e exclusivo para os cães, com algumas regras de convivência. Não é caro e provavelmente agradará até quem não gosta muito dos cães, já que os manteriam em um local isolado, longe de quem não os quer por perto. Necessitamos de locais como praças seguras e bem frequentadas", afirma.
Fernanda aprova a medida e prova sua viabilidade. Ela já conheceu os "cachorródromos" e "parcães" em São Paulo. "É superbacana. Só na capital paulista existem cinco áreas assim, além das que ficam nas cidades do interior. Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba também contam com esses locais e existe projeto em andamento para Manaus", relata.
Outra organizadora do grupo, a enfermeira Rita Tomás Falcão conta que o grupo se formou a partir de encontros diários na Praça Luiza Távora. "Levávamos nossos pets para passear na praça e, a cada dia, o grupo ganha novos membros". O movimento vem crescendo há cerca de dois anos e enfrenta algumas dificuldade de convivência na referida praça. Há o risco de atropelamento de cães, diante do grande fluxo de veículos no quadrilátero, e também há pessoas idosas e crianças entre os frequentadores. Por desconhecerem as raças caninas, podem se assustar só porque há cães de grande porte, mesmo sendo comprovadamente dóceis como Golden Retriever e Labrador. O "Amigos da Praça" segue uma tendência mundial. Os criadores tratam seus cães como membros da família. "Os nossos animais são mais do que bichinhos de estimação, eles fazem parte de nossas famílias. Por isso estamos empenhados em zelar pelo seu bem-estar, lutando por um espaço de convivência onde eles possam se socializar com segurança e sem ser incômodo para a parcela da sociedade que ainda não vê com bons olhos a causa animal", afirma Rita Falcão. Da mesma forma, Fernanda Soares destaca a recente pesquisa do IBGE. 44,3% dos lares brasileiros têm cachorros. No Nordeste são 36,4% dos lares. "Empresários já identificaram a grande paixão da população por cães. Aqui em Fortaleza um shopping já aceita cães de pequeno porte e alguns empreendimentos imobiliários já oferecem espaço de recreação pet. Cabe agora também ao poder público perceber essa necessidade e acompanhar as mudanças", alerta Fernanda. Quem sabe até uma parceria entre os setores público e privado.
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