quinta-feira, 24 de setembro de 2015

PIB da construção no Ceará supera média nacional


00:00 · 24.09.2015
Conforme dados do Ipece, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor no Estado cresceu apenas 0,3% no acumulado dos seis primeiros meses ( FOTO: NATINHO RODRIGUES )
O Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia da construção civil registrou queda de 5,3% no primeiro semestre deste ano, em todo o País, na comparação com igual período de 2014. Apresentados em levantamento divulgado nesta semana pelo Departamento da Indústria da Construção (Deconcic) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), os dados também revelam recuo na participação do setor no PIB nacional e perda expressiva de postos de trabalho.
Em situação menos grave do que a média do País, mas longe de estar em um patamar satisfatório, a construção civil cearense manteve-se estável no primeiro semestre deste ano, apresentando crescimento de 0,3% em relação aos seis primeiros meses do ano passado, de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Perdas
Essa estabilidade, entretanto, tende a se reverter em perdas ainda em 2015. "Mesmo não tendo queda, a gente tem que levar em conta que esse resultado é em cima de um ano que já foi ruim para a construção, que foi 2014", pondera o coordenador de contas regionais do Ipece, Nicolino Trompieri". No ano passado, ressalta, a construção civil apresentou queda de 2,55%, em relação a 2013.
Para o coordenador, o resultado da construção civil, no Ceará, não chegou a um estágio mais alarmante devido à continuidade de obras que começaram um ou dois anos atrás. Dessa forma, aponta, a previsão é que, no segundo semestre, haja queda ou crescimento muito próximo de zero no setor.
"Nós ainda estamos com a atividade de alguns últimos lançamentos, mas os próximos serão em menor número. Isso se deve também ao fato de que muitas famílias estão com baixo poder de compra e, aquelas que podem comprar, estão freando o consumo por conta do receio", frisa o coordenador d o Ipece.
Nicolino Trompieri acrescenta que a situação delicada do setor também está ligada à redução do ritmo de investimento público - tanto da esfera federal, através do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), quanto em âmbito estadual, por meio de obras estruturantes.
Por segmento
Conforme o estudo publicado pela Fiesp, os segmentos que mais contribuíram para a retração da construção civil, no primeiro semestre, foram indústria de máquinas e equipamentos, indústria de materiais e construtoras, que apresentaram queda de 19,2%, 9,6% e 6,3%, respectivamente. Por sua vez, o setor de autoconstrução registrou retração de 4,3%, enquanto o comércio de materiais recuaram 4,7%.
O levantamento destaca que a cadeia produtiva da construção civil ocupava 13,2% de toda a força de trabalho do País no primeiro semestre de 2015, tendo adicionado valor (o PIB do setor) de R$ 234,3 bilhões à economia. Do total, 64,7% estão associados às atividades da construção civil, 10,6% à indústria de materiais e equipamentos para construção, 9,2% são referentes às atividades de comercialização e materiais e 15,5% são destinados aos serviços.
O levantamento da Fiesp mostra que os investimentos em obras no primeiro semestre de 2015 registraram queda de R$ 17 bilhões se comparado ao mesmo período de 2014. A entidade aponta que a participação do setor no PIB nacional tem caído de forma significativa, o que levou ao fechamento de 614 mil postos de trabalho nos seis primeiros meses do ano. Os setores que mais contribuíram para o recuo foram a autoconstrução, com 355 mil vagas, e as construtoras com 244 mil vagas a menos, ressalta o documento divulgado pela entidade.

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