Dos 184 municípios do Ceará, 117 ainda não cumpriram a meta de vacinação das meninas de 9 a 11 anos de idade contra o Papilomavírus Humano (HPV). As 67 cidades que alcançaram a meta, usaram, sobretudo, a estratégia de intensificar as ações de imunização nas escolas. No entanto, as doses continuam disponíveis nos postos de saúde.
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) defende que este é o método mais eficaz para garantir o alcance da cobertura da vacinação que, segundo Ministério da Saúde, deve ser de 80%. Das 238.818 meninas de 9 a 11 anos que precisam ser vacinadas no Ceará, até agora apenas 62,67% foram imunizadas. Ao todo, 149.658 doses foram aplicadas neste público-alvo. Segundo a coordenadora de Imunização da Sesa, Ana Vilma Leite, a escolha da estratégia de vacinação fica a critério de cada município, porém a Secretaria tem estimulado a aplicação das vacinas nas escolas, por avaliar que está é a forma mais êxito de garantir o índice positivo. "Acreditamos que é dentro das escolas que temos mais sucesso, porque essa vacina tem um nível de resistência, mas garantimos que é segura. O público é diferente, porque temos que ter poder de convencimento com os adolescentes", ressalta a gestora.
Ela disse ainda que os municípios também podem optar apenas pela disposição das doses nos postos de saúde. Todas as cidades devem ofertar as vacinas nestas unidades, independentemente, da estratégia nas escolas. Ana Vilma informa também que o Estado está preocupado, pois em 2014, quando o Brasil introduziu a vacina contra o HPV, o Ceará foi o 5º estado a alcançar a meta da primeira dose, justamente, porque a vacina ocorreu no ambiente escolar. Em 2014, o Ceará registrou a maior cobertura do Brasil, com 98,8% do público prioritário vacinado. Ao todo, 267.886 meninas de 11 a 14 anos receberam a primeira dose da vacina.
SUS
No ano passado, quando a vacina foi disponibilizada no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) o público-alvo foram as meninas de 11 a 13 anos. Este ano, o foco são as crianças de 9 a 11 anos. Em 2016, a vacina entrará no calendário oficial de vacinação aos 9 anos.
Para as meninas que já receberam a primeira dose, a segunda deverá ser aplicada seis meses depois da primeira e a terceira cinco anos após a primeira dosagem. "Os municípios devem arquivar as informações dessa vacinação, para buscar estratégias que garantam a aplicação da terceira dose após esse longo período", afirma a coordenadora.
A coordenadora de Imunização da Sesa, Ana Vilma Leite, disse ainda que este ano foi introduzida a vacinação para mulheres que vivem com HIV. Neste caso, a vacina será aplicada em mulheres que tem entre 9 e 26 anos. O intervalo de tempo entre um dose e outra no caso deste público é menor. Vilma esclarece que mulheres que tem acima de 13 anos e não convivem com HIV não vão poder tomar a vacina contra o HPV.
Fique por dentro
Ministério da Saúde oferece lembrete
Para garantir o cumprimento do dia certo de aplicação das doses da vacina, o Ministério da Saúde disponibiliza em um portal sobre HPV, um espaço para pais cadastrarem informações e receberem um lembrete sobre a data certa. Pais devem disponibilizar nome, e-mail, celular e o dia em que foi aplicada a primeira dose.
O órgão informa que HPV é um vírus que infecta a pele e mucosas e pode causar além de câncer do colo de útero, verrugas genitais. O cadastro dos pais pode no siteportalarquivos.saude.gov.br/campanhas/hpv/.
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