Quixadá. Um grupo de empresários de Quixadá deu início a um projeto arrojado, o qual já está sendo apontado como a iniciativa de investimentos privados mais importante para a saúde especializada no Interior do Ceará. Eles estão iniciando a captação de recursos para a construção do Hospital Especializado Dr. Antônio Magalhães (Hedam), nesta cidade. A primeira fase do empreendimento contará com investimentos de R$ 60 milhões. Será um hospital particular de grande porte com 200 leitos, mais dez na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), oito leitos no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) de Cardiologia e dez salas de cirurgia.
A iniciativa partiu do empresário Ciro Magalhães. Segundo ele, a inspiração surgiu durante a realização da celebração da missa de quatro anos de morte do seu pai, o médico Antônio Magalhães. Muito religioso, viu naquele momento um aviso para proporcionar uma melhor assistência à saúde para quem mora na região. Ele citou, como exemplo, as complicações enfrentadas por uma filha, no nascimento. Ainda vivo, o avô ficou surpreso com a recuperação dela e a atribuiu a Nossa Senhora de Fátima. Após a missa, em maio passado, o empresário levou a ideia ao bispo emérito de Quixadá, dom Adélio Tomasin, considerado um dos maiores benfeitores da cidade, de quem recebeu imediata aprovação e apoio. Outro sócio, o administrador José Nilson Gomes, com especialização em Gestão Hospitalar, também abraçou a ideia e passou a realizar estudos acerca da área de saúde. Ele já havia auxiliado dom Adélio na estruturação do Hospital Maternidade Jesus Maria José, pertencente à Diocese.
Apesar de o investimento estar surgindo praticamente às vésperas de o Hospital Regional do Sertão Central (HRSC) entrar em funcionamento na cidade vizinha, Quixeramobim, na avaliação de José Nilson, o maior complexo hospitalar público da região não será suficiente para atender toda a demanda. O Hedam também poderá assistir pacientes encaminhados do Sistema Único de Saúde (SUS), mas o foco principal será os clientes conveniados por meio de planos de saúde, com preços acessíveis à população.
Após avaliar a carência no segmento, ele viu a necessidade de implantação de clínicas seletivas, incluindo Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Cirurgia Cardiovascular, Angiologia e Cirurgia Vascular Periférica, Hemodinâmica, Neurologia e Neurocirurgia, Ortopedia e Traumatologia, Otorrinolaringologia, Urologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Cirurgia Torácica, Coloproctologia, Endoscopia, Gastroenterologia e Hepatologia, Mastologia, Oncologia e Oftalmologia. O Hedam deverá começar a funcionar dentro de três anos, acrescentou.
Visita técnica do MEC
O projeto foi apresentado na semana passada a um grupo de médicos, os quais foram convidados a serem parceiros e até sócios do empreendimento. Quando estiver funcionando, o Hedam necessitará de 125 a 130 profissionais da Medicina especializados. José Nilson ressaltou que a oportunidade e a preferência será para quem atua na região e no Estado, mas não havendo adesão serão convidados médicos de outros centros e até do Sul do País.
A novidade também será apresentada ao Comitê Avaliador do Ministério da Educação (MEC), que chegou nesta quarta-feira (28), à cidade com o objetivo de inspecionar os equipamentos disponíveis para a implantação de um curso de Medicina em Quixadá. A equipe do MEC deverá permanecer em Quixadá até amanhã (30). Conforme a comissão de organização do Município, já está tudo pronto. Há duas semanas os médicos professores Cipriano Maia e Lyane Ramalho visitaram Quixeramobim.
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