Brasília. A oposição adiou para a terça-feira (20) a apresentação do novo pedido de impeachment contra Dilma Rousseff (PT). Até então, a intenção era protocolar o pedido assinado pelos advogados Hélio Bicudo (ex-petista), Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal na Câmara dos Deputados hoje. O esvaziamento político da capital federal nas sextas-feiras, porém, teria motivado a protelação.
A intenção da oposição é a de que a entrega seja feita novamente no gabinete do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na última ocasião, ele abriu a sala para a imprensa e para discursos dos adversários de Dilma.
Cunha deve mandar arquivar o primeiro pedido assinado por Bicudo, Reale e Paschoal. O objetivo do novo é incluir a afirmação de que Dilma continuou em 2015, o primeiro ano do atual mandato, cometendo irregularidades fiscais que levaram o Tribunal de Contas da União a aprovar a recomendação da rejeição de suas contas de 2014.
Cunha já deu declarações dizendo que só aceitaria dar sequência ao impeachment caso houvesse fatos relacionados ao atual mandato de Dilma.
Apesar do discurso, o presidente da Câmara discute nos bastidores um acordo com o governo que envolve o engavetamento do pedido. Em troca, o Palácio do Planalto mobilizaria sua base para evitar que ele perca o mandato devido às acusações de participação no esquema de corrupção da Petrobras.
Críticas
Reale Júnior voltou a reclamar do que chamou de interferência do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o regimento da Câmara, com as liminares que travaram o rito que havia sido acordado com Eduardo Cunha.
Ele lembrou que houve um pedido de impeachment contra FHC em que houve recurso ao plenário e que, portanto, não vê nenhum problema nesse rito. "Não há nada de mais. O que há de mais é invasão do Supremo em coisas internas do Poder Legislativo", afirmou o jurista ao protocolar um novo pedido de impeachment.
Nenhum comentário:
Postar um comentário