Araripe. Após o anúncio pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para a realização das eleições suplementares no município de Araripe, que tem hoje cerca de 24 mil habitantes, para a escolha de prefeito e vice-prefeito, os partidos políticos já começam a reunir os seus membros, visando se preparar para a disputa eleitoral, que ocorrerá no dia 6 de dezembro. Antes, porém, deverão ocorrer as convenções municipais nos dias 31 e 1º de novembro, com um período de aproximadamente quarenta dias de campanha eleitoral. O município tem hoje 17 mil eleitores aptos a votar, conforme a Justiça Eleitoral.
O assunto é polêmico na cidade, e até o momento dois candidatos se lançaram ao pleito, mesmo ainda não tendo consolidado propostas para pouco mais de um ano de mandato, frente às dificuldades que o Município tem enfrentado nos últimos anos. Para a agricultora Francisca Pereira de Andrade, se espera do prefeito eleito muito trabalho e compromisso para tirar a cidade do marasmo, já que, atualmente, ela considera o Município em estado de abandono. "O nosso atendimento é precário nos postos de saúde", diz ela, ao ressaltar a carência existente com a falta de materiais básicos, como luvas para os odontólogos trabalharem.
Ela afirma que no hospital municipal Lia Loiola de Alencar não se faz mais exames e os moradores têm que ir para o município do Crato. O centro cirúrgico está fechado, as cirurgias eletivas não são mais feitas em Araripe, e até medicamentos estão em falta nos postos de saúde, além de várias obras paradas. A maior parte da cidade fica às escuras à noite, porque não tem lâmpadas nos postes. Ela avalia que a educação precisa melhorar sensivelmente, já que há escolas sem as mínimas condições de estrutura em funcionamento, além de outros problemas.
O mototaxista Tácio Onofre da Silva tomou conhecimento da decisão de realização das eleições suplementares pelas redes sociais e depois percebeu as manifestações do grupo de oposição ao ex-prefeito. Para ele, o novo gestor encontrará muitos desafios, alguns mais urgentes, como a questão dos problemas da iluminação pública da sede e dos distritos, que está muito comprometida, e a saúde, que precisa ser melhorada, principalmente nos atendimentos especializados, realização de exames de imagem e cirurgias.
Os nomes que surgem no cenário eleitoral para concorrerem ao pleito municipal são o do atual prefeito em exercício, Damião Rodrigues de Alencar, e o de Geovani Guedes, pré-candidato a prefeito nas eleições suplementares pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Ele disse que seu grupo recebeu a notícia da decisão do TRE com muita satisfação e tranquilidade, porque já era esperado. Geovani foi candidato nas eleições 2012, mas foi derrotado nas urnas. Também estava como candidato nas primeiras eleições suplementares que deveriam ter ocorrido em maio, mas interrompidas mediante recurso apresentado pelos então ex-prefeito e vice cassados, José Humberto Germano Correia e Guilherme Alencar, do PSD.
Geovani declarou que, sendo eleito, vai priorizar a solução imediata dos problemas na área da saúde, que se encontra muito deficiente no Município, mas agirá com responsabilidade. Ele destaca a prioridade de um diagnóstico da atual situação financeira da Prefeitura, antes de tomar as medidas necessárias para efetivar suas ações como gestor no município. Quanto ao apoio do Governador do Estado, Camilo Santana, mediante as eleições suplementares, o petista informou que, a princípio, sabe-se que Camilo deverá manter-se neutro.
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