segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Deputadas do CE divergem sobre cotas

A participação das mulheres na política brasileira tem se intensificado cada vez mais ao longo dos anos, mas o Brasil continua sendo um dos países latino-americanos com menor envolvimento feminino na vida pública. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reserva vagas para cada gênero na Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, nas três legislaturas subsequentes, apesar do caráter benéfico para este setor da sociedade, não é unanimidade entre as parlamentares cearenses.
Para a deputada Silvana Oliveira (PMDB), a matéria é antidemocrática, justificando que incluir um status de preferência para determinado sexo não é o ideal para o sistema eleitoral no País. "Isso não é democracia. Se vai escolher por sexo, ameaça tudo o que foi feito até aqui", afirmou. A peemedebista disse que só entrou para a política depois que os filhos estavam criados, alegando que considera a família uma prioridade.
"A cota é uma ameaça brutal à democracia. Na hora que uma mulher menos votada entra na frente de um homem mais votado, penso que nem precisa mais de eleição". Silvana é esposa do ex-deputado Jaziel Pereira, neta do ex-deputado federal Luís Felipe de Oliveira e sobrinha do ex-senador Olavo Oliveira.
Primeira mulher a compor a Mesa Diretora da Assembleia, Aderlânia Noronha (SD), que disputou uma eleição pela primeira vez no ano passado, com o apoio do marido, o deputado federal Genecias Noronha (SD), teve a segunda maior votação do pleito passado para a Casa. Fernanda Pessoa (PR) não esconde que o pai, o ex-deputado federal Roberto Pessoa (PSB), a influenciou a entrar na vida pública.
Equivocada
Laís Nunes (PROS) candidatou-se depois que o marido, o ex-deputado Neto Nunes, desistiu da candidatura. Mirian Sobreira (PROS), hoje na Secretaria de Políticas Sobre Drogas, é casada com o ex-prefeito de Iguatu e ex-deputado estadual Marcelo Sobreira. A deputada Rachel Marques (PT), que entrou para a vida pública ao lado do marido, o ex-deputado e ex-prefeito de Quixadá Ilário Marques, disse que a visão da colega Silvana Oliveira é equivocada, alegando que mulheres passaram por períodos históricos de dominação e recentemente tiveram direito ao voto e a serem votadas.
Segundo ela, para reverter as condições que foram impostas às mulheres, as cotas são necessárias. "Somos 50% da população e temos menos de 10% das vagas no Congresso. As cotas propostas ainda são poucas, mas já é um avanço. Com essa medida, teremos mais mulheres nas casas. Pode ser que no futuro tenhamos um avanço, mas agora é necessário", defende. Fernanda Pessoa concorda que as relações domésticas e familiares ainda sobrecarregam as mulhere

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