Quixadá A educação é fundamental para a economia do nosso País. Sem profissionais qualificados, o fardo do desenvolvimento se torna ainda mais pesado. Analisando esse aspecto, um colégio de Quixadá está levando a sério a formação de seus alunos, na preparação para o futuro. Eles estão aprendendo a se tornarem empreendedores, a criar e montar seus próprios negócios. A iniciativa seria natural se fosse desenvolvida nos últimos anos do Ensino Médio, mas são crianças e adolescentes, entre 11 e 14 anos de idade.
Eles são alunos do Ensino Fundamental do Colégio Adventista Alerte Afonso. Além de despertarem para a criatividade, estão aprendendo no mundo real as noções básicas de Economia. Numa das disciplinas, aprendem a criar as marcas de seus próprios negócios, culminando com uma aula prática, numa feira de empreendimentos de verdade. É a Feira Empresarial Adventista de Quixadá (Femaq).
Planejamento
Conforme a idealizadora da feira infantil, a professora de Artes Renarly Temoteo, a ideia surgiu no ano passado, nas aulas, na disciplina de Publicidade, uma das atividades do Colégio dirigida à formação profissional dos estudantes. Nela, são estimulados a montarem suas próprias empresas, em equipes. O planejamento começa com a criação das logomarcas. Em seguida, passaram a produzir as suas mercadorias, a maioria na área gastronômica. A avaliação foi feita com a realização da Femaq, dentro do Colégio.
Todavia, a empolgação dos pequenos empreendedores, e também dos pais, superou as expectativas. Neste ano, a Feira foi exposta ao público externo, na Praça José de Barros, no Centro da cidade, há duas semanas. O espaço ficou lotado. No total, foram montadas 11 miniempresas, a maioria delas de doces e salgados, mas com peculiaridades bem especiais como a Suíte World, ideia da aluna Camilla Sousa Barros, 11 anos, e outros oito colegas.
Ela considerou a experiência muito interessante. Com a sua turma, percebeu a importância de realizar pesquisas de mercado, de pechinchar na hora de comprar os produtos para a produção dos bolos de pote e doces, incluindo musses, trufas, gelatinas, pirulitos de chocolate, e a necessidade de organização e até de contabilidade. "Para ter sucesso, além de bons produtos, a humildade e saber trabalhar em equipe são fundamentais", acrescentou.
No total, 100 alunos do 6º ao 9º Ano participaram da feira empresarial. Parte da renda foi doada para a aquisição de latas de leite em pó e fraldas para doação a famílias carentes. Além de possibilitar aos estudantes um pouco da vivência profissional nas áreas de criação de publicidades, administração financeira, de empresas e motivar o empreendedorismo, a atividade também visa a "confraternização, a boa relação, apesar de concorrentes e a caridade ao próximo", acrescentou a educadora.
Sustento
A comerciante Gláucia Martins visitou a Femaq. Ela considerou a iniciativa espetacular. "Para um mundo cada vez mais competitivo, é importante conhecer como os negócios realmente funcionam. As barreiras enfrentadas, a concorrência e principalmente maneiras de solucionar os problemas. Tenho três filhos, mas parece não entenderem as nossas dificuldades. Se eles estivessem aqui, vendo o exemplo desses estudantes, com certeza valorizariam e até auxiliariam a garantir o sustento da família".
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