Papel da mulher na sociedade é discutido em Reriutaba
Reriutaba Políticas públicas, direitos, violência contra a mulher e o seu papel na sociedade são alguns dos temas que serão debatidos pelo Programa Mulheres que Fazem a Diferença, coordenado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social do município, a ser iniciado nesta terça-feira (27). Voltado às mulheres entre 20 e 59 anos, beneficiadas por programas sociais, como o Bolsa Família, o Mulheres que Fazem a Diferença irá tratar de assuntos relacionados à mulher na sociedade moderna, com promoção de cursos, mesas redondas, palestras e, principalmente, apoio e fortalecimento da autoestima feminina. De acordo com a coordenadora do projeto, Jamille Mendonça Cruz, o objetivo é que as discussões alcancem as mulheres, tanto da sede, quanto distritos.
Ainda segundo a coordenadora, esse primeiro encontro reunirá cerca de 30 mulheres para debater sobre temas como cidadania, geração de renda, valores cívicos, ética, igualdade, autoestima, participação social, convivência, direitos e prevenção da violência contra a mulher. "Aqui em Reriutaba, o Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) também está abraçando a campanha 'Quebrando o Ciclo - Sou mulher, não aceito violência', da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres do Estado do Ceará", destacou.
Direitos da mulher
Gleuvi Barros Taumaturgo, secretária municipal de Desenvolvimento Social e uma das articuladoras do projeto, diz que o mesmo faz parte das ações desenvolvidas pela pasta na busca pela valorização feminina na sociedade em todas as suas esferas.
"Já desenvolvemos o Estação Família, que oferece cursos voltados para as necessidades que as mulheres nos apresentam, como culinária e beleza, que podem ser postos em prática em casa mesmo", destaca a titular da Secretaria.
De acordo com Gleuvi, além do Estação Família, são desenvolvidas diversas atividades com adolescentes, mães solteiras, gestantes e grupos familiares, cuja meta é trabalhar a família como um todo, reforçando ou reconstruindo laços de afeto no seio familiar, que por muitas vezes são a raiz para solucionar diversos problemas.
Contra o preconceito
A valorização da mulher tem sido um dos principais pontos trabalhados dentro das questões sociais em todo o País, nos últimos anos, segundo as informações da secretária; e a busca por uma sociedade mais igualitária e justa tem sido diária: "A maior parte das mulheres atendidas pela Secretaria são chefes de família, sendo mães solteiras ou separadas. Ainda há casos em que o marido vai trabalhar fora e elas precisam de apoio para complementar a renda. Em algumas comunidades ainda tem sido normal encontrar grupos que acreditem que a mulher não pode trabalhar fora ou ganhar mais do que o marido, uma questão grave de preconceito que precisa ser encarada e quebrada, em nossa sociedade".
O projeto Mulheres que Fazem a Diferença, de Reriutaba, apresenta não apenas o empoderamento feminino, que trata, dentre outras questões, da conquista da condição e da capacidade de participação das mulheres ativamente nos avanços da sociedade, sua plena inclusão social e exercício da cidadania, mas destaca exemplos de quem soube fazer essa diferença no Município, em diversas áreas, dentre elas a política.
O avanço num campo ainda ocupado, em sua maioria, por homens, tem dado certo destaque à força feminina em Reriutaba. A Câmara de Vereadores, numa escolha inédita, tem em sua Mesa Diretora, pela primeira vez em sua história, quatro mulheres. A presença das vereadoras Djane Rocha (presidente), Maria do Socorro Araújo (vice-presidente), Gislanny Rodrigues (1ª secretária) e Elânia Morais (2ª secretária), empossadas em janeiro deste ano, segue caminho contrário ao de muitas cidades brasileiras, na formação de sua representação política, assunto ainda tratado como desafio quando se refere aos números de participação feminina.
Política cearense
Das 22 vagas ocupadas na Câmara dos Deputados, nas últimas eleições, apenas duas têm a presença de mulheres, a saber, Luizianne Lins (PT) e Gorete Pereira (PR). Nas cadeiras da Assembleia Legislativa não é diferente, com as sete deputadas: Aderlania Noronha (SD), Fernanda Pessoa (PR), Augusta Brito (PCdoB), Lais Nunes (PROS), Silvana (PMDB), Bethrose (PRP) e Miriam Sobreia (PROS), dentre os 46 representantes do povo.
Pouca presença nacional
De acordo com dados divulgados neste ano pela União Inter-Parlamentar, organização internacional dos parlamentos dos Estados Soberanos, que media contatos multilaterais das Casas Parlamentares, o Brasil, apesar de ter uma mulher presidente, o País ainda possui uma das taxas mais baixas do mundo de presença feminina em seu Congresso Nacional, com apenas 9% na Câmara e 13% no Senado, o que coloca o Congresso Nacional na 116ª posição num ranking de 190 países.
Ações conjuntas
Com o "Outubro Rosa", que destaca a luta contra o câncer de mama, as ações que põem a situação da mulher no centro das discussões têm sido intensificadas no Município, com a realização de atividades conjuntas entre as secretarias que visam a promoção da dignidade humana e qualidade de vida.
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