Uma nota da assessoria do Ministério Público, dizendo que promotores "notificarão seis servidores da CMF (Câmara Municipal de Fortaleza), atualmente afastados de suas funções por decisão do juiz de Direito da 18ª Vara Criminal de Fortaleza, Ireylande Prudente Saraiva, de funcionários dos Correios e dos 43 vereadores de Fortaleza na atual legislatura para que sejam ouvidos nos próximos dias" mesmo confusa como está, deixou os vereadores em polvorosa.
Diversos vereadores procuraram a Presidência da Casa, inclusive com a cópia do texto publicado no site oficial do MP. Os promotores estão apurando possíveis desvios de recursos da Verba de Desempenho Parlamentar (VDP) dos anos de 2013 e 2014, em razão da prisão recentemente feita de Francisco Elias Santo Salomão e Antônio José Monteiro, como os principais acusados nos desvios em investigação e outros anteriores a esses anos.
Na peça em que foi pedida a prisão dos dois acusados, os seis promotores envolvidos na investigação disseram ao juiz da 18ª Vara que as "acusações são gravíssimas e sem precedentes se imaginarmos que essa prática odiosa de 'assessores fantasmas' e desvio de recursos da VDP pode, em tese, envolver todos, ou pelo menos a maior parte, dos 43 vereadores".
Segundo ainda a petição, "somente em relação às fraudes perpetradas utilizando recebidos ideologicamente falsos em nome da ECT ( Empresa de Correios e Telégrafo) a quadrilha pode ter surrupiado da VDP, entre os anos de 2007 a 2014, uma cifra próxima a R$ 11 milhões de reais, montante faturado e recebido em nome da ECT".
Colaborado
Nos dois últimos anos, em 2013 e 2014, foram desviados, em nome dos Correios, próximo de R$ 4 milhões. O Ministério Público declara também trabalhar com outras linhas de investigação relacionadas ao desvio que envolvem despesas fictícias de passagens aéreas e terrestres, locação de veículos, material gráfico, dentre outras.
O presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, o vereador Salmito Filho (PDT), afirmou ainda não ter sido notificado oficialmente da requisição do Ministério Público. Ele destacou estar à disposição do órgão para colaborar com as investigações "Estou acompanhando de perto e colocando a Câmara para colaborar com as investigações. Não houve solicitação que eu não tenha colaborado", garantiu.
De acordo com o parlamentar, até o momento, o MP já solicitou informação sobre os cargos comissionados, concurso público e levou documentos da Verba de Desempenho de períodos anteriores à sua gestão. "É nosso dever agir com transparência se for verificado irregularidade por quem quer que seja", disse Salmito, responsável por mudanças bruscas nos gastos com a VDP.
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