terça-feira, 20 de outubro de 2015

URCA lança projeto Observatório da Violência do Cariri e inaugura espaços da Comissão de Direitos Humanos e Núcleo de Prática Jurídica (NPJ)



O Reitor da Universidade Regional do Cariri (URCA), José Patrício Melo, lançou, na última sexta-feira, o Observatório da Violência Contra a Mulher do Cariri. Na ocasião, foram inaugurados os espaços do Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) e Comissão de Direitos Humanos (CDH-URCA), além do Observatório, que funcionarão nas instalações da URCA, no anexo do bairro São Francisco. O projeto, que atuará sob diversas vertentes e de forma multidisciplinar, começa com a parceria da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado do Ceará.

 

A abertura dos trabalhos foi realizada pelo Reitor da URCA, e o Secretário de Justiça do Estado, Hélio Leitão. O Observatório da Violência conta com a coordenação da Professora Lurdes Góes, que estará à frente do Projeto Flor de Jitirana, além da Professora Cileide Araújo, com o projeto de Violência Doméstica. A CDH é presidida pelo Professor Hermano José de Sousa.

 

Durante a solenidade, o secretário de Justiça do Estado recebeu solicitação da Universidade, para o compartilhamento institucional de dados e documentos relacionados aos casos de violência na região, necessários para os estudos e encaminhamentos dos trabalhos, nas suas mais diversas vertentes. Hélio leitão destacou a importância do projeto pioneiro na Região, desenvolvido pela URCA, ao mesmo tempo em que enalteceu a criação do Observatório, para desenvolver estudos relacionados às diversas formas de violência. “Temos que buscar novos rumos para combater a violência na sociedade. Diante do que existe, por maior que seja o aparato policial, não tem resolvido”, afirma ele.

 

O Reitor da URCA Professor Patrício Melo, solicitou o apoio da Secretaria e ressaltou as vertentes de trabalho que serão desenvolvidas por meio do Observatório, ao mesmo tempo em que disse da importância do envolvimento de todos para o pleno sucesso dos trabalhos. Ele destacou a atuação dos bolsistas como essencial, além da ação integrada dos departamentos de Enfermagem e Direito, os centros de Estudos Sociais Aplicados – CESA e Centro de Ciências Biológicas e da Saúda – CCBS, da Instituição.

 

Violência contra à mulher: 187 assassinadas em 10 anos

 

A Professora Lourdes Góes disse da relevância do Observatório para uma região que vem há alguns anos passando por situações emblemáticas relacionadas à violência, especificamente no caso das mulheres, que tem chamado a atenção. Segundo dados apresentados durante o lançamento do Observatório, de 2005 ao ano de 2015, ou seja, em uma década, foram assassinadas na Região do Cariri 187 mulheres. Todos os fenômenos relacionados aos diversos tipos de violência serão estudados, como forma de se buscar, a partir de uma visão ampla, a natureza dessa realidade.

 

O Reitor Patrício Melo disse que o Observatório irá promover a pesquisa, a sensibilização dos diversos sujeitos sociais, além da produção do observatório em si. “O projeto já nasce diante de uma grande responsabilidade, não somente com índices altos relacionados à violência contra a mulher, mas em relação aos jovens”, afirma. Segundo o Reitor, infelizmente esses índices estão acima da média dos indicadores do Estado do Ceará.

 

Segundo a Professora Lurdes, haverá uma sistematização das informações, que estarão reunidas e serão divulgadas por meio de um portal, acessado pelo site da URCA, para que a sociedade tenha conhecimento dessa realidade através de dados reais e atualizados. Ela ressalta as atuações das Pró-Reitorias de Extensão e de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade, que terão atuação junto ao Observatório, juntamente com os bolsistas.

 

Universidade na vanguarda

 

“Será uma forma de consolidar uma realidade relacionada à violência contra as mulheres, numa perspectiva dos direitos fundamentais”, disse Hélio Leitão. Ele ainda ressaltou que a URCA sai na vanguarda com esse trabalho, com um suporte acadêmico, de reflexão e estudo. Para o secretário, se projeta, a partir desse Observatório, um olhar multidisciplinar, diante de um fenômeno complexo. “É hora de lançarmos as bases de um novo modelo de combate à violência e a URCA é chamada a dar a sua contribuição, a exemplo da inserção no Programa Ceará Pacífico”, lembra.

 

O lançamento contou a com a presença de técnicos, professores e pró-Reitores da URCA, além da presidência da Câmara dos Dirigentes Lojistas – CDL, de Crato, o Centro Acadêmico de Direito, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seccional do Crato e da coordenadora Especial de Políticas para a Mulher, do Gabinete do Governo do Estado, Camila Silveira. Na abertura da solenidade, houve a acolhida dos bolsistas do Observatório de Violência Contra a Mulher e jovens da Organização Não Governamental (ONG) projeto Nova Vida.

 

O coordenador de Políticas Públicas de Direitos Humanos do Gabinete do Governo do Estado, Demitri Nóbrega Cruz, afirma que o Observatório representa o fortalecimento dos equipamentos voltados para a garantia dos direitos humanos, para que funcionem de forma articulada e pela dignidade do cidadão. Para ele, a iniciativa da URCA possibilita um olhar de como o Governo e a sociedade está atendendo a pauta da luta contra a violência. “Estamos num momento em que é preciso afirmar a eficiência do sistema de justiça, segurança, de proteção social, de forma que seja efetivo e garanta a dignidade das pessoas. No caso do Cariri, por conta dos índices de violência contra as mulheres, esse trabalho se torna mais importante, principalmente com a interiorização das ações”, explica. 

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