quinta-feira, 8 de outubro de 2015

XII Caju Nordeste quer a expansão do segmento

A cajucultura já deteve uma participação expressiva na pauta de exportação do Ceará, mas tem sofrido seguidas quedas de negócios em vista, principalmente, dos períodos prolongados de seca ( FOTOS: FABIANE DE PAULA )
O evento que acontecerá em Cascavel enfatizará a luta pela retomada da cultura. Segundo os produtores, ao longo das últimas décadas a produção e a indústria do caju vivenciaram um decréscimo
Fortaleza. Será realizado de 15 a 17 deste mês o XII Caju Nordeste, em Cascavel, que nesta edição apresentará o Plano de Desenvolvimento da Cajucultura para os próximos 10 anos. Outro ponto que se destacará na pauta do evento, que acontecerá na Casa da Cultura, é a renegociação de dívidas de produtores junto ao Banco do Nordeste do Brasil.
O evento tem abrangência regional, beneficiando os polos produtores de caju da Região Nordeste. Contudo, Neste ano, estão confirmadas as presenças de representantes dos países da Colômbia, Venezuela, Honduras, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Segundo informou o secretário de Agricultura da Prefeitura de Cascavel, Francisco Araripe, a ideia é promover um intercâmbio internacional e troca de experiências no setor da cajucultura, que vem passando por um crescimento em todo o mundo. A iniciativa é do Instituto Caju Nordeste, com o apoio, dentre outros, da Prefeitura de Cascavel, BNB, Embrapa, Banco do Brasil e Sebrae.
Francisco Araripe disse que outro aspecto relevante do evento será a realização da feira de maquinário agrícola, quando serão expostos equipamentos voltados para o desenvolvimento de uma agricultura moderna, destacando-se máquinas de corte de castanha, maquinário para a instalação de uma mini-fábrica de cajuína, implemento agrícola para a colheita automática da castanha de caju e outros.
Incentivos
O seminário técnico promoverá ciclos de palestras, seguidos de debates em plenária, abordando temas de relevância para a conjuntura da cultura do cajueiro, como técnicas de plantio e produção, políticas e planos de incentivo à cultura, novas oportunidades de negócios, casos de sucesso dentro da cadeia produtiva do caju.
Também serão realizados mini-cursos para capacitação dos empreendedores no uso de tecnologias inovadoras, nas áreas de cultivo e tratos culturais dos pomares, colheita e pós-colheita, processamento do pedúnculo e da castanha de caju, comercialização da produção, constituição e gestão dos empreendimentos rurais e agroindustriais. Também haverá mesas redondas para apresentação e debate sobre macro temas e políticas relacionadas com o desenvolvimento da cajucultura, que serão encaminhados após o evento às autoridades e lideranças responsáveis pelo setor.
Grupos de agricultores familiares, provenientes de diversos municípios do Ceará e de outros estados da Região Nordeste, terão livre acesso a toda a programação do evento, inclusive ao pavilhão, onde serão instalados cerca de 40 estandes, em que são expostos, demonstrados e comercializados produtos, serviços máquinas e equipamentos. A Feira contempla ainda a apresentação de produtos agropecuários, oriundos da agricultura familiar, que são exploradas em consórcio com o cajueiro, como apicultura e a criação de pequenos animais. A comercialização é feita diretamente nos estandes da feira ou através de rodadas de negócios. Também são expostos e comercializados produtos do artesanato regional.
Por fim, será entregue o troféu Caju de Ouro, que anualmente contempla, durante a solenidade de abertura do Caju Nordeste às pessoas (agricultores, empreendedores agroindustriais, técnicos, pesquisadores e políticos) e às empresas e instituições públicas e privadas que se destacaram na realização de ações em prol do desenvolvimento do agronegócio.
Os homenageados são escolhidos por uma Comissão Técnico-Científica, composta com representantes indicados pelas organizações parceiras do evento. Na programação, ocorrerão festividades e atrações artísticas e culturais que animarão as noites dos participantes durante o período de realização do evento, sob a responsabilidade do município de Cascavel.
Debates
Já faz algum tempo que os cajucultores têm chamado para os efeitos da crise que atinge o setor. O principal problema envolve os períodos de seca contínuos, com forte impacto na produção. Sem viabilidade econômica, pelo menos por enquanto, a agricultura irrigada ainda não se firmou como deveria entre os pequenos e médios produtores.
De acordo com a prefeitura de Cascavel, a luta é pela retomada da cultura. Segundo os produtores, ao longo das últimas décadas a produção e a indústria do caju vivenciaram um decréscimo, saindo de 690 mil hectares, dos quais eram colhidos até 700 quilos de castanha de caju por hectare para, atualmente, chegar a menos de 100 quilos na mesma área, em tempos razoáveis de clima.
Um outro dado relevante é com relação à da agroindústria, para os estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, responsáveis por cerca de 95% da produção nacional, no qual o Ceará concorre com 51% desse total, e chegou a representar a movimentação em torno de US$ 150 milhões em exportações de amêndoas, com cerca de 90% da exportação estadual.

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