Cedro O anúncio de construção de uma Adutora de Engate Rápido para evitar o colapso no sistema de abastecimento desta cidade, no Centro-Sul do Ceará, foi comemorado pelos moradores e por integrantes da Prefeitura. A obra é uma reivindicação antiga e mostrou-se necessária após quatro anos seguidos de chuvas abaixo da média e perda de reserva hídrica do Açude Ubaldinho, responsável por fornecer água para a sede. O reservatório acumula apenas 25% de sua capacidade total.
A obra, de caráter emergencial, vai evitar o atual desperdício de água pelo leito natural do Riacho São Miguel, numa extensão de 30 Km, até o ponto de captação, ao lado da Rodovia CE-153 (Estrada Padre Cícero), na localidade de Angicos. A adutora terá 22 Km de extensão e investimento de R$ 6,2 milhões, por meio de recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop). A expectativa é de que os serviços comecem até o fim deste mês e que sejam concluídos antes do fim do ano. Por ser em caráter emergencial, haverá dispensa de licitação.
A autorização da obra foi dada pelo governador Camilo Santana. Na manhã de ontem, houve reunião, na Superintendência de Obras Hídricas (Sohidra), com o objetivo de definir detalhes do projeto. Os canos serão postos de forma suspensa, em cavaletes de altura reduzida. A partir do funcionamento da adutora haverá uma economia significativa de água. Atualmente, são liberados 200 litros por segundo para que a água tenha força e chegue ao ponto de captação, mas com a rede hidráulica serão necessários apenas 20% desse volume.
A água que chega ao sistema de abastecimento de Cedro vem do Açude Ubaldinho, em quantidade mais do que necessária, pois escorre no leito natural do Riacho São Miguel, num verdadeiro desperdício. É um modelo que contraria o bom senso nesses anos de seca intensa.
O prefeito de Cedro, Nilson Diniz, já havia solicitado a construção de uma adutora em caráter definitivo para solucionar o problema. Afinal, o reservatório, construído na década de 1990, tinha a finalidade de solucionar a crise de desabastecimento de água da cidade. Durante muitas décadas, o Município era abastecido por carroças que retiravam e vendiam água de casa em casa, a partir de poços antigos existentes na área urbana.
O reservatório começou a ser construído na primeira gestão do atual prefeito. "É uma obra importante que assegurou o abastecimento da cidade, mas ficou incompleta sem uma adutora definitiva", observou Nilson Diniz. "Agora o risco de desabastecimento para 2016 está afastado com a implantação da adutora emergencial. Vamos economizar a água que resta no reservatório". O secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, observou que, apesar de ser de engate rápido, a adutora tem duração de cerca de duas décadas.
"O ideal seria a construção de uma adutora permanente, mas haveria demora e um custo bem mais elevado", observou. "Estamos vivenciando um quadro de emergência, de crise, e temos de agir em todos os municípios de forma mais rápida e econômica". A adutora vai evitar o desperdício da água que escorre pelo leito do Riacho São Miguel e o contato com poluentes, resíduos de agrotóxicos. O titular da SRH também concordou que há problema e reivindicação semelhante para a implantação de uma adutora emergencial para a cidade de Quixelô.
Atualmente, o abastecimento é feito por um poço localizado nas várzeas do Rio Jaguaribe, cujo lençol freático é alimentado pela água que é liberada pelo Açude Trussu, em Iguatu, e escorre pelo rio de mesmo nome até o ponto de captação. A Prefeitura de Quixelô já encaminhou solicitação para uma obra de engate rápido, temendo desabastecimento em 2016.
Investimento
Atualmente, o governo do Estado está implantando Adutoras de Engate Rápido para atender a demanda por água nas cidades de Quixeramobim e Ibicuitinga (Sertão Central), Arneiroz e Parambu (Inhamuns) e Independência (Sertão de Crateús). O conjunto dessas obras tem investimento em torno de R$ 50 milhões. Recentemente, o governo anunciou a construção de mais de cem poços profundos até o fim do ano, em sedes urbanas em situação de emergência.
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