Como última "cartada" para tentar atrair empresas estrangeiras interessadas em investir em uma refinaria de Petróleo no Ceará, o Governo do Estado, com apoio do Planalto, solicitou ao governo Chinês que inclua entre as suas prioridades de investimentos no Brasil, a Premium II, rejeitada pela Petrobras. O pedido foi feito pelo Secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (Mpog), Cláudio Puty, durante viajem em missão oficial à China, onde esteve na última semana de outubro, em companhia do secretário para Assuntos Internacionais do Ceará, Antonio Balhmann.
"Pedimos que a refinaria do Ceará passe a constar como a prioridade nº 8 do governo Chinês, no acordo Brasil-China", revelou Balhmann, na tarde de ontem. Pelo acordo, celebrado meses atrás em Brasília, os chineses demonstraram interesse em investir em grandes projetos no Brasil, como na ferrovia Transoceânica, na linha de transmissão de energia elétrica de Belo Monte, na hidrelétrica de Giral, além de ferrovias no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
8 é prosperidade na China
Na oportunidade, em visita ao Departamento de Comércio Exterior da China, explicou Bahlmann, "expusemos a proposta e fizemos a defesa da refinaria, para que o governo chinês a inclua entre suas prioridades. Eles a recepcionaram bem e disseram que vão avaliar". "A refinaria entrará como o 8º projeto estratégico da China", acredita o secretário cearense.
Além de contar com a superstição, já que no algarismo chinês o nº 8 representa prosperidade, Balhmann disse que, em paralelo, já vem negociando com grupos de investidores orientais, os quais deverão ser visitados pelo governo chinês, para que olhem mais para as oportunidades de negócios no Ceará. "Além da refinaria, estamos buscando outros empreendimentos para o Estado, até para que possamos potencializar a ZPE (Zona de Processamento de Exportações), para além da siderúrgica (Companhia Siderúrgica do Pecém)", explicou Bahlmann.
Eletroeletrônicos
Entre os setores em que o governo do Estado prospecta investidores na China estão o de calçados, veículos, de energia eólica, de componentes e de torres de perfuração de petróleo em terra (cavalos) e off shore, no mar, além de uma empresa na área de produtos eletroeletrônicos. "Não podemos antecipar o nome, mas é maior empresa chinese do setor (eletroeletrônico)", desconversou.
"Estamos trabalhando (negociando) com empresas de vários setores para que possamos fortalecer a ZPE. Precisamos transformá-la na plataforma de exportação do Estado", defendeu o secretário. Ele reconhece, porém, que a trajetória para tanto não é fácil, sobretudo neste momento de crise política porque passa o País.
"O cenário atual é adverso para o Brasil. Lá fora, eles só recebem notícias ruins sobre o Brasil", lamentou o secretário, segundo quem, o próximo passo institucional será estreitar os laços que o Ceará já tem com a cidade de Xiamen, na província de Fujian, que é inclusive reconhecida como Estado-irmã do Ceará, conforme protocolo assinado no passado. Ele voltará à China no próximo dia 13.
Nenhum comentário:
Postar um comentário